A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou nesta segunda (15) o homem apontado como autor dos disparos que resultaram na morte do sargento Roger Dias, de 29 anos, em Belo Horizonte. O suspeito foi indiciado por homicídio quadruplamente qualificado, incluindo motivos torpes, dissimulação, e pelo fato de as vítimas serem agentes de segurança.
O sargento Roger Dias foi baleado na cabeça durante a perseguição, e a morte cerebral foi confirmada no dia 7. O autor dos tiros estava foragido após ser beneficiado pela “saidinha de Natal” da prisão, segundo a Polícia Militar.
Além do homicídio, o suspeito enfrentará acusações de desobediência, resistência e porte ilegal de arma de fogo. Com um histórico criminal que inclui roubo, posse e tráfico de drogas, furto, receptação, ameaça, vias de fato e falsidade ideológica, o investigado confessou o crime à polícia, afirmando ter efetuado os disparos contra o militar durante uma perseguição.
“Ele confirmou que estava de fato no veículo e que não queria ser preso. Então, aos investigadores, ele confessou ter efetuado os disparos de arma de fogo contra o militar”, disse a delegada Ariadne Coelho.
Outro suspeito, apontado como o motorista do veículo em fuga, também foi indiciado. As acusações incluem tentativa de homicídio qualificado, desobediência, resistência, posse irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e tentativa de homicídio de um motociclista que foi atingido pelo carro durante a ação.
A reincidência no cometimento de crimes por detentos beneficiados pela "saidinha" trouxe de volta à tona a discussão pelo fim da medida. Se estima que cerca de 2,7 mil detentos não retornaram às unidades carcerárias após o fim do prazo em 17 estados e no Distrito Federal, segundo apuração junto às secretarias de segurança pública.
Ainda não há um levantamento em âmbito nacional por parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O número de presos que não retornaram corresponde a 4,8% do total dos 56,9 mil liberados. Oito estados, incluindo Acre, Alagoas e Amazonas, afirmaram não ter concedido o benefício, enquanto a Bahia não respondeu. O Pará indicou que a saidinha ainda ocorre em algumas comarcas do interior.
Os números mostram que o Rio de Janeiro liderou em percentual de detentos que não retornaram (14%), seguido por Pará (12%) e Ceará (9%). Em São Paulo, que teve a maior quantidade de beneficiados (34.547), 4,5% não retornaram.
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