Atualizado às 18h46
Mais um suspeito de integrar a quadrilha skinheads, intitulada "Frente Anti-Caos", responsável por espalhar pela capital paranaense adesivos preconceituosos contra homossexuais e negros, foi preso nesta quinta-feira em Curitiba. Além desta prisão, os policias estão atrás de mais um suspeito.
Um rapaz de 21 anos, que havia sido intimado, compareceu ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), nesta tarde, foi reconhecido por uma vítima de esfaqueamento e teve a prisão preventiva decretada.
De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), desde a prisão dos onze integrantes da quadrilha, na quarta-feira (26), cinco supostas vítimas do grupo entraram em contato com o Cope manifestando interresse em prestar depoimento.
Ainda segundo a secretaria, os depoimentos estão agendados para os próximos dias e a previsão é que apareça novos integrantes da quadrilha.
O Cope informou que supostas vítimas do grupo podem entrar em contato pelo telefone (41) 3224-9496.
Número de denúncias aumenta
A prisão da quadrilha foi imediatamente sentida pelo Grupo Dignidade, orgnização não governamental que representa a comunidades GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais). De acordo com o presidente da entidade Toni Reis, em entrevista coletiva à imprensa nesta tarde, somente nesta quinta, um dia após a detenção dos onze integrantes, o grupo recebeu por e-mails nove boletins de ocorrência, sete laudos do Instituto Médico Legal (IML), comprovando agressão, e três novas denúncias. Todas essas manifestações, segundo o presidente do grupo, têm relações com a quadrilha.
Segundo Reis, a prisão da quadrilha foi resultado de uma ação organizada das polícias civil e militar. Ainda segundo o presidente do grupo, nos últimos dez anos, 120 homossexuais foram assassinados em Curitiba. "Destes 120, a maioria não foi solucionado e com certeza alguns são de autoria desta quadrilha", complementou.
Reis pede para que as pessoas que tenham sofrido qualquer tipo de agressão por esse grupo, entre em contato com o Dignidade pelo telefone (41) 3222-3999.
Mesmo após as prisões, Reis afirma que a situação é preocupante. "Acredito que, só em Curitiba, 53 pessoas participem regularmente desta quadrilha. Eles costumam se reunir em quatro bares da cidade, onde participam de ritos neo-nazistas", finalizou.
RelembreNo dia 20 de setembro, diversos adesivos que traziam a mensagem "Mistura racial? Não, Obrigado!" e tinham a assinatura "Orgulho Branco" foram espalhados pela cidade. No mesmo dia em que foram colados os adesivos de racismo, foram espalhados também adesivos contra o homossexualismo, com mensagens como "Homossexuais afrontam a natureza" e "Homossexuais molestam crianças", assinados pelo grupo "Frente Anti-Caos".
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