Um médico ginecologista foi preso na manhã desta terça-feira (5) em Cascavel, no Oeste do Paraná, acusado de falsidade ideológica. Jetson Luiz Franceschi trabalha na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Faculdade, mas não cumpria as três horas diárias de trabalho conforme prevê seu contrato.

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As denúncias contra o médico foram feitas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, criada pela Câmara de Vereadores para investigar irregularidades no setor. A comissão solicitou auxílio da Polícia Civil que, durante três dias, filmou a chegada e saída do ginecologista à UBS.

Franceschi deveria cumprir três horas diárias - das 7 horas às 10 horas -, mas não era o que ele fazia. No dia 30 de abril, as imagens mostram que ele chegou ao posto de saúde as 7h07, bateu o cartão digital e dois minutos depois deixou a unidade. As 8h10 ele prestava serviço em sua clínica particular e retornou ao posto às 9h42. As imagens mostram que ele saiu da unidade as 10h40, como se tivesse cumprido o horário.

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A cena se repetiu na última segunda-feira (4) quando Franceschi parou o carro em frente à UBS às 7h11 e às 7h15 deixou o local em direção a sua clínica particular aonde chegou às 7h48. Na manhã desta terça-feira, ele repetiu a ação, mas acabou preso em flagrante quando retornava à UBS por volta das 10 horas.

Segundo o vereador Gugu Bueno (PR), o médico trabalhava de 40 a 50 minutos por dia, mas recebia por três horas de jornada. Ele diz que outras pessoas serão investigadas por se omitir no caso. "Não tem como o médico ter essa conduta sem, no mínimo, com a conveniência da coordenadora da UBS", afirma.

O delegado Julio Reis disse que o médico ficará preso à disposição da Justiça. Ele foi autuado por falsidade ideológica. "Quando ele registra o ponto e sai do trabalho ele está cometendo falsidade ideológica porque naquele momento ele está inserindo num documento público que ele está trabalhando", disse o delegado.

A polícia também ouviu uma paciente do ginecologista que foi atendida no consultório particular na manhã desta terça-feira no horário em que ele deveria estar na UBS. A mulher confirmou o atendimento por Franceschi.

O advogado Sandro Fadanelli, que defende o médico, disse que só irá se manifestar após tomar conhecimento do depoimento do cliente. Já a CPI diz que vai pedir a exoneração do profissional. Documentos serão encaminhados pela CPI à Secretaria Municipal de Saúde para um procedimento interno e ao Ministério Público (MP).

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