Instantes depois de ter sido preso na tarde desta quinta-feira (2), um homem de 20 anos, acusado de ter atirado na gerente de uma loja franqueada da operadora Tim durante um assalto, garantiu não sentir o mínimo arrependimento. Diante das câmeras e de jornalistas, o rapaz disse com frieza e cabeça erguida que disparou contra a funcionária porque ela o desobedeceu.
Relembre: veja as imagens do assalto à loja no centro
O roubo ocorreu no dia 16 de junho, em uma loja localizada próximo ao cruzamento das avenidas Marechal Deodoro e Floriano Peixoto, no Centro de Curitiba. O ladrão disparou contra a gerente depois que o alarme da loja disparou. A mulher – que tem 35 anos – foi submetida a uma cirurgia e está fora de perigo.
“Eu não me arrependo. O que eu faço, eu assumo. Está feito”, disse o acusado. “Eu falei para ela que me entregasse o celular e ela quis dar uma de esperta e puxou um celular que tinha alarme. Aí, eu atirei”, explicou.
Segundo a polícia, no entanto, a gerente não havia esboçado qualquer tipo de reação e teria advertido o assaltante que, se desconectasse o celular que ele pedia do cabo ao qual o aparelho estava preso, o alarme dispararia. “Eu entrei para concluir o meu intuito e ela fez o que achou certo. Eu fiz o que achava certo. É isso”, afirmou o rapaz.
Responsável pelo caso, o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), observou que o crime chamou a atenção pela crueldade com que foi cometido. A polícia fechou o cerco ao acusado após divulgar imagens das câmeras de segurança, que gravaram o assalto.
“Ele é suspeito de ter cometido pelo menos outros 15 assaltos, em lojas, restaurantes e lanchonetes. Outras vítimas, inclusive, já o reconheceram”, disse o delegado.
“Arapuca”
Após o Cope ter identificado o acusado, a Justiça expediu um mandado de prisão preventiva. Para deter o rapaz, a polícia armou uma espécie de emboscada: os investigadores descobriram que o suspeito havia publicado na internet o anúncio da venda de um Fiat Uno usado. Em seguida, os policiais ligaram para o rapaz, demonstrando interesse em comprar o carro. Quando ele foi mostrar o veículo, acabou preso, nas imediações no Hospital Evangélico, no Bigorrilho.
Em buscas autorizadas pela Justiça, o Cope encontrou na casa do acusado ou de familiares dele o revólver usado no assalto – um calibre 38 – e dois simulacros de pistola. Além disso, também foram apreendidos vários celulares e relógios que o rapaz teria subtraído em outros roubos. Também foi encontrada uma máquina de choque e as roupas usadas no dia do assalto.
Segundo Brown de Oliveira, o rapaz costumava presentear familiares com os objetos que roubava. Ao ser apresentado à imprensa, o preso confirmou a informação, mas destacou que a família não sabia que ele praticava assaltos. “É minha família, ué. Eu dava de presente porque quero o melhor pra eles”, disse o acusado.
Necessidade
O acusado disse que começou a assaltar por necessidade. Depois, se acostumou ao “dinheiro fácil” e à “adrenalina” provocada pelas ações. “Você fica sem emprego, entra currículo e nada. Aí, você vê a oportunidade de dinheiro fácil e começa. Aí, cada um vai pra sua especialidade. Um vai ‘fazer’ o comércio, outro vai puxar carro. É assim...”, detalhou.
Questionado se pretende continuar a roubar quando sair da prisão, o rapaz disse que ainda não sabe que rumo vai tomar. “O futuro, a Deus pertence”, finalizou.
Relembre o caso
A gerente de uma loja de celulares franqueada da operadora TIM foi baleada durante um assalto ocorrido no início da tarde de 16 de junho, no Centro de Curitiba. A mulher de 35 anos foi atingida no abdômen e está internada em estado grave. Segundo informações da Polícia Militar (PM), os bandidos conseguiram fugir após terem cometido o crime. O caso ocorreu por volta das 12h40, quando dois homens armados invadiram a loja, localizada próximo ao cruzamento das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Marechal Deodoro.
Imagens das câmeras de segurança da loja ajudaram a polícia a identificar o suspeito. A investigação do caso estava com o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
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