Agentes da Polícia Federal estiveram ontem à tarde na sede da Itaipu Binacional, em Curitiba, com o ex-funcionário da estatal detido pela manhã, Laércio Pedroso, para dar a ele a oportunidade de defesa e deixá-lo tentar provar a existência de caixa 2 na hidrelétrica. Ao ser preso, Pedroso afirmou, durante a busca e apreensão realizada em sua casa, que saberia onde encontrar os documentos que provariam o caixa 2 da Itaipu Binacional. "Graças a Deus, a polícia vai lá na Itaipu. Vou poder provar minha inocência", disse.
Ao ser levado até o escritório da Itaipu, no entanto, não conseguiu comprovar a sua versão. Por quase duas horas, cercado por policiais, o diretor jurídico de Itaipu, José Bonifácio Cabral, outros colaboradores da estatal e jornalistas, em clima de tensão e em posse de documentos apreendidos na sua casa, Laércio teve acesso ao sistema de dados, mas demonstrou dificuldades de encontrar os dados de que precisava. A PF decidiu então interromper a operação e prometeu a Laércio investigar os contratos citados por ele, inclusive com o pedido de quebra do sigilo fiscal da Binacional.
Saldo positivo
Para o diretor-geral brasileiro da usina, Jorge Samek, o saldo foi positivo. "Não temos nada a esconder, qualquer um pode vir à Itaipu procurar os documentos que quiser. Por isso não nos opusemos à presença do Laércio que, como se viu, não conseguiu comprovar nada. Nossa empresa e fornecedores têm sido incomodados há anos com documentos falsos e esperamos que com essa operação tudo isso termine", avaliou. O advogado de Laércio, Arnoldo Afonso de Oliveira Pinto, afirmou ontem que a estratégia de defesa será traçada depois do acesso ao inquérito da PF. (DD e TC)