Campo Mourão Dos 110 detentos da carceragem da delegacia de Campo Mourão, na Região CentroOeste do estado, três presos (dois por tentativa de assalto e um por tráfico de drogas) começaram no início da semana a mudar o visual das duas alas do solário da delegacia. Com tintas cedidas pelo delegado, os presos começaram a pintar personagens de desenhos animados e revistas em quadrinhos nas paredes. O local, com cerca de 120 metros quadrados, deve ficar pronto ainda nesta semana e vai servir para encontros dos pais com filhos menores de 18 anos em dias de visitas. "Por ter uma ventilação maior, o solário foi o único local encontrado para a visita dos filhos aos pais presos. A pintura vai tentar minimizar e dar um ar alegre ao ambiente da carceragem", diz o delegado Haroldo Luiz Vergueiro Davison, que espera a aprovação do juízo local. "Não há outro ambiente para as visitas", lembra.
O solário foi a única alternativa encontrada pelo delegado e por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos Direitos Humanos em Campo Mourão para possibilitar a visita de crianças e adolescentes aos pais presos.
Há mais de 40 dias o juiz corregedor de presídio, Juliano Manika, proibiu a entrada de crianças e adolescentes na carceragem, com o argumento de que o local é insalubre. "O local gera riscos de contaminação para as crianças com baixa imunidade. Por mais limpa que seja, é cadeia, onde o local é pequeno, fechado, com aglomerações de pessoas, sadias ou não", explica Manika.
A entrada de crianças e adolescentes foi permitida por uma portaria do delegado titular da 16.ª Subdivisão Policial, às vésperas do Dia das Mães. "Todo pai quer ver o filho e vice-versa", lembra Davison.