Salvador O terceiro dia de negociações entre os 719 presos rebelados no Presídio Salvador, no Complexo Penitenciário do Estado da Bahia, no bairro da Mata Escura, em Salvador (BA), foi concluído sem que amotinados e negociadores membros da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, do Ministério Público e da Comissão de Justiça e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado chegassem a um acordo.
As negociações foram interrompidas ontem à noite e devem ser retomadas hoje. Cinco pessoas três agentes penitenciários e dois detentos considerados de boa conduta são mantidas reféns desde o meio-dia de domingo. No local, ainda estão cerca de 150 familiares de presos, por vontade própria.
Segundo o deputado estadual Yulo Oiticica (PT), presidente da comissão, o dia teve poucos avanços e foram os próprios detentos que decidiram interromper as negociações. "Apesar disso, o clima é de tranqüilidade, na medida do possível", afirma. "Estamos analisando os pedidos dos detentos, já descartamos a possibilidade de invasão do local e aguardamos que a rebelião termine amanhã (hoje)."
Ontem, os amotinados ampliaram a pauta de reivindicações. Além de pedir a volta de 51 presos transferidos, em 27 de junho, para a Unidade Especial Disciplinar (UED), onde os detentos não têm direito a visitas ou a banho de sol, os rebelados agora também pedem garantias de melhoria na qualidade dos serviços médicos e menos rigor na revista das visitas, bem como na liberação de alimentos levados por parentes.
Na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), também na capital baiana, dois dos 14 presos que fugiram da carceragem, na madrugada de segunda-feira, reapresentaram-se espontaneamente à unidade. Os 12 outros presos, que saíram da unidade cavando um buraco no chão da área livre da carceragem até a tubulação de esgoto, continuam foragidos. A unidade, que tem capacidade para 12 detentos, abrigava, no domingo, 32.
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