Rio (AE) O Exército prendeu nos últimos dois dias dois ex-militares, principais suspeitos até agora do roubo de dez fuzis e uma pistola de um quartel, no dia 3, no Rio.
O Comando Militar do Leste (CML) negou ontem ter feito acordo com traficantes para reaver as armas elas foram recuperadas na terça-feira, numa trilha perto da favela da Rocinha, zona sul do Rio.
A Polícia Civil disse que as armas ficaram nove dias enterradas no Morro da Mangueira e deu detalhes sobre a estratégia usada para recuperá-las.
Um dos ex-militares, Joelson Basílio, detido ontem, serviu até fevereiro no Estabelecimento Central de Transporte (ECT), em São Cristóvão, de onde foram roubadas as 11 armas. Na terça-feira, Leandro Saturnino, um ex-cabo que serviu em outra unidade, já havia sido capturado, na Rocinha.
O Ministério Público Militar (MPM) informou já ter indícios para pedir a prisão, em breve, de outros militares e ex-militares em breve.
Mangueira
A informação de que os fuzis e a pistola estavam na Mangueira, zona sul, foi levantada pela inteligência da polícia, disse a chefe de Investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Marina Maggessi.
A Mangueira foi, com o Morro da Providência, no centro, o principal foco da ação militar no Rio ambos são redutos da facção Comando Vermelho (CV).
Marina afirmou que, no fim de semana, as tropas recuaram para facilitar a movimentação dos traficantes e a devolução das armas.
"O tráfico não agüentou a pressão e capitulou. O inédito da operação não foi o Exército ocupar favelas, mas a resposta pesada e imediata. Os criminosos não esperavam por isso."