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Após 34 horas

Presos e autoridades fecham acordo para o fim da rebelião em Cascavel

Presos seguem no telhado da Penitenciária Estadual de Cascavel, no Oeste do Paraná | Mateus Barbieri/Jornal Hoje
Presos seguem no telhado da Penitenciária Estadual de Cascavel, no Oeste do Paraná (Foto: Mateus Barbieri/Jornal Hoje)
Presos utilizam faixas nas quais constam as iniciais da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) |

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Presos utilizam faixas nas quais constam as iniciais da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)

Um policial civil, dois agentes penitenciários e alguns presos são mantidos reféns pelo grupo rebelado na Penitenciária Estadual de Cascavel |

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Um policial civil, dois agentes penitenciários e alguns presos são mantidos reféns pelo grupo rebelado na Penitenciária Estadual de Cascavel

Rebelião ocorre na Penitenciária Estadual de Cascavel |

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Rebelião ocorre na Penitenciária Estadual de Cascavel

Cerca de 800 presos da Penitenciária Estadual de Cascavel iniciaram um motim na manhã de 24 de agosto |

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Cerca de 800 presos da Penitenciária Estadual de Cascavel iniciaram um motim na manhã de 24 de agosto

Afastados da penitenciária pela PM, familiares de presos protestam fechando a BR-277, na altura da Penitenciária Estadual de Cascavel |

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Afastados da penitenciária pela PM, familiares de presos protestam fechando a BR-277, na altura da Penitenciária Estadual de Cascavel

Os presos rebelados na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) entraram em acordo, por volta das 16h30, para colocar fim na rebelião. O motim já dura mais de 34 horas - começou por volta das 6h30 de domingo. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju).

A assessoria de imprensa da pasta diz que até o início da noite deve ocorrer a transferência dos detentos para unidades prisionais de outras cidades, como Curitiba, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Francisco Beltrão. Só após a transferência é que os dois agentes penitenciários mantidos reféns serão liberados.

No fim da tarde, mais de dez ônibus ingressaram no presídio. Chove na região e a visibilidade que os familiares e a imprensa têm do presídio está prejudicada. Houve também o ingresso de ao menos um carro do Instituto Médico Legal no complexo.

Estima-se que entre 150 e 300 presos devem permanecer na unidade prisional. Isso porque o espaço ficou deteriorado com o motim. Das 24 galerias, 20 estão danificadas. Calcula-se que cerca de 800 presos serão transferidos.

O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Paulo Damas, afirmou que os presos serão retirados da penitenciária por meio de vans e ônibus. Ele acredita que há a possibilidade de o número de mortos variar de 10 a 20 pessoas. Em entrevista, ele afirmou que os dois agentes que eram feitos reféns estão bem. Apenas um deles apresenta um machucado na região do abdômen, mas sem gravidade.

Até o momento, há a confirmação oficial do assassinato de quatro presos durante o motim - todos mortos no domingo (24). Dois deles foram decapitados e há, pelo menos, mais dois feridos. Um deles foi arremessado do telhado do presídio, caindo de uma altura de 15 metros, ainda no domingo. Outro caiu do telhado onde os rebelados estão concentrados na manhã desta segunda. Este quebrou a perna e foi atendido em um hospital da cidade, cujo nome não foi informado.

No domingo, cerca de 145 presos que não aderiram à rebelião, e eram ameaçados pelos rebelados, foram transferidos, sendo que 77 deles foram para a Penitenciária Industrial de Cascavel (PIC), que fica no mesmo complexo que a Penitenciária Estadual. O restante foi encaminhado para a Penitenciária de Francisco Beltrão. Segundo informações da Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Cascavel, os presos transferidos estavam na ala "seguro", onde ficam os condenados por estupro, e foram feitos refém dos rebelados durante o motim de domingo. Segundo informações oficiais, a unidade possui capacidade para 1.116 detentos e, no momento do motim, havia 1.040 presos.

Negociações

A negociação começou ainda no domingo e foi interrompida à noite. As conversas foram retomadas por volta das 8 horas desta segunda, após terem sido suspensas na noite de domingo (24), por decisão da Polícia Militar (PM) e da Seju.

A negociação direta é realizada por uma equipe especial da PM, em conjunto com Cezinando Paredes, diretor-geral do Departamento de Execução Penal (Depen). Representantes da Seju, da Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Paraná (OAB-PR) e da Defensoria Pública dão suporte aos trabalhos.

A previsão inicial era de que o motim pudesse terminar até o meio-dia, mas esse prazo já foi ultrapassado. Segundo a Seju, as negociações com os presos têm avançado gradativamente. Cerca de 300 policiais militares estão de prontidão no lado externo da penitenciária.

Um levantamento preliminar da Seju apontou ainda que pelo menos 15 presos já teriam cumprido suas penas e deveriam estar soltos. Um deles, inclusive, conseguiu sair no começo da tarde mediante um alvará de soltura concedido pelo Poder Judiciário.

Os rebelados, que usam capuzes para esconder os rostos, voltaram a atear fogo em algumas galerias da penitenciária. Alguns deles, que ocupam o telhado da unidade penitenciária, usam identificações da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O abastecimento de energia elétrica e de água permanece cortado no presídio nesta segunda.

O motivo da revolta dos presos deve-se a pelo menos quatro fatores. Eles exigem o fim das agressões sofridas dentro do presídio e dos abusos nas revistas das visitas, melhoria da comida e na estrutura física do local. Informações não oficiais dão conta de que a rebelião teria sido planejada e seria uma disputa de grupos rivais.

Rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel

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