Após mais de 20 horas, os cerca de 200 detentos da Cadeia Pública de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, permanecem rebelados. O motim começou por volta das 11h30 do domingo (24), quando o carcereiro foi entregar o almoço nas celas. Os detentos tentaram render o funcionário, mas ele conseguiu escapar. Os presos então controlaram toda a carceragem.
Até as 8 horas desta segunda-feira (25), eles mantinham dois detentos reféns, que, no domingo, foram agredidos com armas improvisadas. Os policiais, que suspenderam as negociações com os presos durante a madrugada, estudavam invadir a carceragem para controlar a situação. A cadeia tem capacidade para abrigar 80 pessoas, mas o local hoje está com 200.
Logo no início da rebelião, os presos colocaram fogo nos colchões e retiraram os pertences das celas, jogando-os nos corredores. O Corpo de Bombeiros foi chamado e controlou as chamas, mas não conseguiu ter acesso aos reféns feridos. De fora da cadeia, o que se podia ver eram presos encapuzados. Os reféns permaneceram circulando entre os amotinados.
No início da noite, houve um novo princípio de incêndio, que foi controlado pelos bombeiros. Os amotinados ainda arrancaram uma coluna de concreto da cadeia e quebraram pedaços de parede e dos tetos. O comando local da PM esperou a chegada de soldados de Curitiba para iniciar a negociação com os detentos. Cinco equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e uma da Tropa de Choque, também de Curitiba, foram deslocados para Telêmaco Borba.
Por volta da meia-noite, a polícia decidiu interromper a negociação, sem sucesso, por questões de segurança, segundo informações do telejornal RPC Notícias, da RPC TV. Por conta dos incêndios, que atingiram a fiação elétrica, a carceragem ficou sem luz.
Para impedir a aproximação de parentes de presos ao prédio, a PM isolou toda a quadra da cadeia, que funciona anexa à 18ª Subdivisão Policial. Somente moradores tem acesso às ruas das proximidades.
Segundo a polícia, a rebelião é liderada pelos oito presos que foram recapturados após a fuga do último dia 10, quando 18 detentos fugiram por um túnel cavado com pedaços de ferro e panelas. O túnel terminou na casa de um morador, aos fundos da cadeia, que teve o carro roubado por um dos fugitivos.