A ordem para que dois ônibus fossem incendiados em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, partiu de detentos que cumprem pena na Casa de Custódia de Curitiba, segundo o delegado Osmar Dechiche. Três pessoas foram presas, acusadas de participação direta na execução dos atentados. Outras três continuam foragidas.
De acordo com a polícia, os ataques nos dias 6 de maio e 21 de junho foram uma represália a supostos maus-tratos que o detento Paulo Monteiro, que cumpre pena por homicídio e roubo, estaria sofrendo na prisão. Além dele, outros dois presos teriam colaborado com a articulação dos incêndios: Eledionicio de Souza Lima, 41 anos, e Lucas Lucio da Silva, 25 anos. "Eles se intitulam integrantes da facção criminosa PCC [Primeiro Comando da Capital]", disse o delegado.
O grupo estava articulando um terceiro atentado contra ônibus. De acordo com as investigações, o próximo veículo seria incendiado em Pinhais, na RMC. "Isso porque o Monteiro não estaria satisfeito com a repercussão que os dois primeiros incêndios tiveram. Ele queria mais barulho", apontou Dechiche.
Da prisão, as ordens eram passadas a Valdenir Marques da Silva, 21 anos, que é mulher de Monteiro e que foi presa. Segundo Dechiche, ela repassou a missão de incendiar o ônibus a Rodrigo Monteiro de Oliveira, 22 anos, que é sobrinho de Monteiro. O jovem teria chamado outras três pessoas para deflagrar os atentados.
Pistas
Segundo o superintendente da delegacia, José Carlos Colaço, uma queimadura na mão direita de um dos suspeitos ajudou a identificá-los. "No primeiro atentado, um dos bandidos teria sofrido uma queimadura ao atear fogo no ônibus. O ferimento nos ajudou nas investigações", disse. Na segunda ação, os incendiários deixaram um bilhete com a frase "Abaixo a opressão na Casa de Custódia CCC. Abuso de autoridade", dando indícios de que a ordem havia partido de alguém de dentro do sistema prisional.
Os suspeitos foram indiciados por incêndio criminoso, formação de quadrilha e tentativa de homicídio, porque também atearam fogo no motorista que tentou impedir o crime.
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