Dois policiais civis acusados de participar de um esquema de desvio de cargas no Porto de Paranaguá, no Litoral do Paraná, foram presos nesta sexta-feira (19). Eles foram detidos em Curitiba e em Araucária, na região metropolitana, por policiais de núcleo de operações da Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp-PR), foram presos a agente de operações especiais Morgana Coelho Valentim, de 38 anos, e o investigador Márcio Moreira, 33. A mulher foi encaminhada para o Centro de Triagem I, no Centro da capital, e o homem foi levado para uma cela reservada para policiais na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). A Sesp informou que Morgana trabalhava havia 14 anos na polícia, enquanto que Moreira estava há um ano na corporação.
As irregularidades cometidas no porto foram apuradas pela Polícia Federal (PF) que, no início do mês de outubro, deflagrou a Operação Colônia em parceria com a Polícia Militar (PM). Segundo as autoridades, cerca de duas mil toneladas de grãos, fertilizantes e óleo de soja foram desviadas do Porto de Paranaguá apenas neste ano e, pelo menos, sete empresas foram lesadas pelas quadrilhas. Estima-se que o desvio de cargas causou um prejuízo de quase R$ 2 milhões às empresas que tiveram seus produtos furtados.
Alguns métodos utilizados pelos grupos para desviar as cargas eram o de lançar descargas que não ocorreram nos sistemas dos terminais portuários, carregar os produtos retirados do porto em caminhões com placas clonadas e documentos falsos, e também substituir fertilizantes desviados por produtos de menor valor. Além do Paraná, as quadrilhas atuavam em Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
No primeiro dia da operação, foram presas 63 pessoas, entre caminhoneiros, funcionários de terminais portuários, donos de empresas de fachada e intermediários. Na época, três policiais civis também foram detidos. Os mandados de prisão continuam sendo cumpridos pelas autoridades. A Polícia Federal informou que, até esta sexta-feira, a operação contabilizava 79 prisões. Outras 18 pessoas continuam foragidas.
Os policiais presos nesta sexta foram autuados por corrupção passiva e formação de quadrilha. Além disso, os dois vão responder a um processo disciplinar instaurado pela Corregedoria da Polícia.
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