Carro com sete detentos deixou penitenciária na manhã desta quinta-feira| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Carros das equipes da polícia que atuaram nas negociações com os presos deixam PEP-1 após término de motim
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O medo dos presos de viajar à noite fez com que dois agentes penitenciários fossem mantidos reféns por 15 horas na Penitenciária Estadual de Piraquara I (PEP I), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Os detentos reivindicavam cinco transferências para Londrina e duas Francisco Beltrão, que foram autorizadas ainda na noite desta quarta-feira (5). Mas os detentos não quiseram pegar a estrada à noite e o motim terminou apenas por volta das 8 horas desta quinta.

Por volta das 17 horas desta quarta-feira (5), durante uma movimentação de presos dentro da PEP I, dois agentes penitenciários foram feitos reféns em um cubículo. Outros detentos da ala também passaram a participar do movimento, que chegou a contar com 30 rebelados. Apesar da longa duração do movimento e dos momentos de tensão, os agentes saíram ilesos fisicamente após as transferências.

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O presidente do sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Antony Johnson, diz que a culpa dos recorrentes motins para exigir a transferência de presos é da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), do governo do estado. "É necessário fazer um levantamento dos presos que querem transferência e intervir no judiciário para autorizar essas movimentações. Precisamos de medidas efetivas para o sistema penitenciário, e não paliativas."

A Seju, via assessoria, rebateu a acusação e defendeu que a culpa pela desse último motim foi dos agentes penitenciários. O órgão informou que ocorreu uma falha operacional, porque os agentes estavam em menor número que o exigido para o procedimento. A secretaria também nega que havia menos agentes no local por falta de funcionários. Os procedimentos de segurança, segundo a Seju, exigem que haja um agente para cinco presos. Na PEP 1, conforme o órgão, há um agente para cada três presos.

Sobre as transferências e o trabalho preventivo, a Seju nega que seja responsabilidade da pasta fazer um levantamento dos presos que querem transferências. Também via assessoria, a entidade informou que os internos têm direito de solicitar a remoção para ficar perto das famílias, mas que isso é uma questão administrada pelo Poder Judiciário.