Caçado em campo, Dinelson reclama de violência dos zagueiros| Foto: Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo

A Polícia Militar (PM) do Paraná retirou, na manhã de ontem, as cerca de 2 mil pessoas que haviam invadido um terreno localizado nas proximidades do Instituto Pequeno Cotolengo, no Campo Comprido, em Curitiba. A PM cumpriu o mandado de reintegração de posse expedido pelo juiz Sérgio Jorge Domingos, da 22.ª Vara Cível de Curitiba, em favor da Triunfaz Construções e Incorporações, dona da área.

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O terreno foi invadido na última sexta-feira. O processo de desocupação da área começou por volta das 10 horas com a participação de 200 policiais militares do 12.º Batalhão, da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) e da Ronda Ostensiva Tático Motorizado (Rotam). A liminar que garantia a reintegração foi lida por um oficial de justiça, protegido por policiais.

A leitura do documento causou alguns protestos, principalmente entre um grupo de mulheres que estavam mais próximas do oficial. Elas pediam um prazo de 48 horas para que todas as famílias fossem retiradas devido ao tamanho do terreno. Como a decisão judicial exigia a saída imediata das famílias que estavam acampadas na área, o comandante da operação, capitão Davi Autino de Jesus, negociou, durante alguns minutos, com lideranças do movimento. Com a garantia de que os policiais apenas acompanhariam a saída do local, os acampados passaram a deixar o local. "Foi uma operação pacífica", resumiu Autino.

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Por volta do meio-dia, quase todos os invasores haviam deixado o local.

Quem saía da área lamentava os dias perdidos em barracos improvisados, enfrentando o sol forte e a falta de condições básicas de higiene. "Não tento mais isso. Queria tentar um pedaço de terra para os meus filhos que vivem de aluguel. Mas é muito sofrimento", afirmou o pedreiro Geraldo Ferreira da Silva, de 62 anos. Junto da mulher e de duas sacolas cheias de pertences, ele esperava uma carona que o deixasse perto de sua casa, no Caiuá. Mais exaltado Henrique Orige, de 47 anos, reclamava da prefeitura e da Polícia Militar. "Não veio um diretor da Cohab aqui saber da gente. Além disso, os policiais não nos deixam recolher nossas coisas. Eu não consegui trazer todas as minhas lonas. Uma parte ficou lá e agora é capaz dos funcionários da empresa estarem queimando tudo", reclamou, ao lado do cordão de isolamento armado pela PM.