A polícia apresentou, nesta sexta-feira (12), dois homens acusados de integrar uma quadrilha que furtava baterias de torres de operadoras de telefonia móvel. Segundo informações da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), as investigações apontam que o funcionário de uma empresa que prestava serviço às operadoras comandava o esquema. As estimativas são de que, desde o início do ano, o prejuízo gerado às companhias ultrapasse R$ 2,1 milhões.
Os acusados foram presos na tarde de quinta-feira (11), em uma operação comandada pelo superintendente Hélcio Piasseta e pelo chefe de investigações Fioravante Perruchon, ambos da DFR. O prestador de serviço foi identificado como Peterson Guimarães, de 23 anos. Com ele, foram encontrados molhos de chaves de armários de cinco operadoras de celular.
Fábio Guerra Corrêa, de 26 anos, que, segundo a polícia, integrava o grupo, também foi preso. Dois automóveis Palio que seriam usados para transportar o produto furtado e três baterias foram apreendidos. Segundo a polícia, os acusados confessaram o crime, mas, posteriormente, voltaram atrás e modificaram sua versão, negando a articulação.
Procedimento
As torres de celular são usadas em parceria por mais de uma operadora. No mesmo terreno, há uma sede, onde ficam salas que guardam as baterias. Os equipamentos ficam trancados em armários de metal e, além de ter entrada controlada, o prédio conta com sistema de alarmes.
As baterias são acionadas em caso de panes elétricas e quedas de energia para manter a rede funcionando. De acordo com um levantamento da polícia, mais de três mil baterias foram furtadas no Paraná neste ano. Cada conjunto com três unidades está avaliado em mais de R$ 3,8 mil.
De acordo com a polícia, Guimarães se valia de sua condição de prestador de serviço quarterizado (funcionário de uma empresa terceirizada) para ter acesso às salas que guardam os equipamentos. "Cada operadora tem um armário específico. Como o acusado prestava serviço a duas operadoras, há suspeitas de que funcionários de outras companhias participem do esquema", disse Martins.
Por isso, a polícia vai continuar apurando o caso. As investigações também vão apurar o destino dado às baterias furtadas. "Há suspeitas de que os produtos tenham sido vendidos a lojas de som automotivo", disse o delegado.
Funcionários das operadoras estiveram na DFR e reconheceram as chaves que estavam em poder de Guimarães. De acordo com Piasseta, o último furto ocorreu na terça-feira (9).