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Repasses

Previsão de investimento na segurança pública do Paraná cai 55%

Delegacia de São João do Triunfo, nos Campos Gerais: investimentos em obras de unidades policiais terão queda de 38% | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Delegacia de São João do Triunfo, nos Campos Gerais: investimentos em obras de unidades policiais terão queda de 38% (Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo)

O ritmo de investimentos deste ano na segurança pública do Paraná não terá a intensidade que o governo estadual esperava quando iniciou o planejamento da área, em 2011. Compras de equipamentos e obras de reformas e construções de unidades policiais serão afetadas por uma mudança feita pela pasta por causa da redução dos repasses de verbas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para o combate à criminalidade. O planejamento prevê um corte de 55% na estrutura da segurança pública, pouco mais de R$ 300 milhões.

Dos R$ 543,1 milhões de investimentos que o ex-secretário estadual de Segurança Pública Reinaldo de Almeida César Sobrinho previa para o Fundo Especial de Segurança Pública do Paraná (Funesp), restaram R$ 242 milhões. A maior perda ocorrerá na compra de equipamentos, como coletes, armas e rádio comunicação, com 69% menos recursos do que o planejamento anterior.

O planejamento iniciado por Almeida César previa que a pasta receberia 50% do que é arrecadado com as tarifas do Detran. No entanto, o governador Beto Richa autorizou a diminuição do repasse para 35%, em junho do ano passado, por meio do decreto nº. 5018/2012, depois de o Detran informar que não conseguiria cumprir todos os seus deveres com metade da arrecadação. A previsão contava ainda com o aumento dos valores das taxas do Detran, autorizado em caráter provisório pelo Tribunal de Justiça do Paraná.

Avaliação

Para José Matias Pereira, professor de Administração Pública da Universidade de Brasília (UnB), uma mudança de planejamento em 2013, dois anos após o começo do governo, significa um considerável atraso na conclusão do que seria necessário para a área. "Em tese, essa mudança faz com que seja readequada toda a máquina para novas formas de agir e isso sempre acontece de forma lenta", explica.

Segundo Matias Pereira, há uma grande possibilidade de que não ocorram grandes melhorias em 2013 na Segurança Pública. "É como se estivesse iniciando a gestão", afirma.

O ex-secretário nacional da Segurança Pública, coronel da reserva paulista José Vicente da Silva, defende que nem sempre menores investimentos representam perda de qualidade. "O problema é que há uma quebra na continuidade, mas às vezes há coisas mirabolantes que não são necessárias", comenta. De acordo com o coronel, é necessário gastar melhor. "O que não pode é cortar gastos em sistema de inteligência, bancos de dados criminais. Não pode é faltar colete, arma, equipamentos que dão condições de qualidade para os policiais", destaca, citando justamente áreas que sofrerão os maiores cortes no novo planejamento estadual.

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