PRF e Ibama apreendem tigre transportado sem registro

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Um homem foi detido em Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba, na manhã de quinta-feira (9) quando transportava um filhote de tigre de cerca de 60 dias irregularmente. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o animal estava em uma gaiola na carroceria de uma caminhonete F-250, quando o motorista foi abordado pelos policiais no quilômetro 139 da BR-277.

O homem falou para os policiais que seguia de Maringá, no Noroeste do estado, para Curitiba, mas há a suspeita de ele estar levando o filhote para o Rio Grande do Sul. Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) fizeram a autuação e a apreensão do animal.

Segundo a assessoria de imprensa do Ibama, o homem tem uma licença de mantenedor de fauna exótica, normalmente concedida para as pessoas que têm posse de animais como tigres e leões. Neste caso, o criador pode cuidar do animal, mas não pode promover a reprodução em cativeiro, proibida desde 2008 para os mantenedores.

No caso, o criador foi autuado pelo transporte irregular do filhote, já que ele não possuía a licença exigida pelo Ibama para viagens com o animal, e por ter reproduzido a espécie em cativeiro. O homem vai enfrentar um processo administrativo interno e deve pagar uma multa de R$ 5 mil, já que o tigre é uma espécie em extinção. Ele também pode responder um processo da justiça por descumprir a lei ambiental.

O filhote está sob os cuidados dos veterinários do Ibama e vai passar por uma avaliação completa do seu estado de saúde. Depois desses exames, ele deve ser encaminhado para uma instituição com registro no Ibama, que pode ser um zoológico ou outro mantenedor. Como ainda é muito pequeno, com cerca de 60 dias, não foi possível definir de qual subespécie esse filhote é.

Autorização

Existem várias categorias, reconhecidas pelo Ibama, para manejamento da fauna e flora. No Paraná, existem pessoas que se enquadram nas categorias de mantenedor de fauna exótica, criadores comerciais e criadores conservacionistas, que criam espécies nativas do estado. Essas pessoas devem atender às recomendações da Instrução Normativa 169/2008.

A pessoa passa por um tipo de licenciamento, em que deve apresentar um projeto técnico, com o aval de um profissional da área, como biólogos ou zootecnistas. O próximo passo é justificar a finalidade da criação. Neste caso, quando não há finalidade comercial, é proibido expor o animal, por exemplo.

Apenas quando a licença de criação for concedida é que a pessoa pode receber o animal. No Paraná, existem sete mantenedores de fauna exótica licenciados, além de 50 criadores conservacionistas e 15 zoológicos licenciados ou em fase de licenciamento.

Apreensões

De acordo com a assessoria da PRF, a apreensão de animais silvestres e selvagens é pequena no Paraná e não há muitos casos registrados pelos policiais. O último caso foi o da apreensão de aves silvestres que estavam presas em pequenas gaiolas embaixo de um veículo, em agosto.