Condições Climáticas
"O ambiente ficou extremamente instável em razão do calor muito forte e a entrada de uma massa de chuva", explicou Samuel Braun, meteorologista do Simepar.
Com a inversão térmica, o forte calor que dominou toda a manhã e chegou a 34 graus perto das 13 horas, em menos de 20 minutos caiu para 23 graus. "O contraste de temperaturas gerou um deslocamento de ar significativo. Baixar 10 graus repentinamente não é tão comum. As próximas 12 horas devem ser de muita atenção", disse o meteorologista.
A estação do Instituto Tecnológico Simepar em Londrina registrou ventos de 104 quilômetros/hora. Novas rajadas de vento podem ocorrer novamente nos próximos dias porque a chuva rápida não foi suficiente para esfriar completamente o ar e há possibilidade de o sol e o calor continuarem. "O problema do Norte do Paraná é que as chuvas são passageiras. Dificilmente vamos chegar a um novo calor extremo, mas vale reforçar o alerta e as precauções."
Região Norte
A região de Cornélio Procópio foi atingida por chuvas tanto no sábado (21), quanto neste domingo (22). Segundo informações da Copel, na noite de sábado, um desligamento acidental na linha de transmissão que abastece a região de Siqueira Campos deixou sem energia todo o município, e também as cidades vizinhas. A chuva ainda causou danos à rede elétrica de Santo Antônio de Platina e municípios próximos. Neste domingo, houve desligamentos parciais em Cornélio Procópio, Sertaneja, Santa Mariana, Quatiguá e São Sebastião da Amoreira. Os municípios de Uraí, Nova América da Colina, Sertaneja e Assaí chegaram a ficar totalmente sem luz.
Veja os estragos causados pelos fortes ventos
A primavera chegou com estragos e vendaval em Londrina. Em menos de 15 minutos, ventos de até 107 quilômetros/hora foram registrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) na região do Aeroporto de Londrina, na tarde deste domingo (22). As chuvas já causaram estragos em 25 municípios do estado. De acordo com balanço da Defesa Civil do Paraná, mais 26 mil pessoas foram afetadas pelos temporais.
Quedas de energia apagaram todos os semáforos de vias importantes como avenidas Tiradentes - onde os equipamentos de sinalização chegaram a virar com a força do vento -, Higienópolis, JK, Madre Leônia. Partes de fachadas de lojas e postos de combustível ficaram espalhados pelas ruas.
No Londrina Norte Shopping, zona norte da cidade, pedaços do teto caíram na praça de alimentação, sem atingir clientes. A área foi isolada. No Shopping Comtour, zona oeste, a chuva e o vento derrubaram árvores e três carros foram atingidos mas sem maiores danos. Parte da estrutura do shopping se descolou e uma porta de vidro foi estilhaçada com o vento.
Dentro do Comtour, chovia como se a cobertura nem existisse. Em uma concessionária na Avenida Tiradentes, a cobertura caiu sobre carros guardados. Partes do totem do centro de compras Armazém da Moda também foram arrancadas com o vento. "Fiquei perdido e larguei o almoço no meio. Não entendi nada. Parecia que tudo ia desabar", afirmou, ainda muito nervosa, a secretária Mara Sanches. "Tudo o que pensei no momento foi proteger os meus filhos", disse ela, agarrada em Suzana, 3 anos, e Gabriel, 7. "Por muito pouco meu carro não foi atingido", contou, aliviado, o comerciante Luiz Antônio Telo.
No Jardim Vista Bela, zona norte, e no Morro do Carrapato, zona leste, várias casas foram destelhadas. No Jardim Dom Bosco, zona oeste, uma árvore caiu sobre uma residência, danificando o portão, o muro e o telhado. "Nossa sorte foi que a casa tem laje, é forte", avaliou o proprietário, Renan Nakahara. Segundo ele, a base da árvore que saiu estava bastante apodrecida e a Prefeitura já havia sido acionada para fazer a retirada. Sem poder contar com a ajuda do Corpo de Bombeiros, que prioriza situações emergenciais, Nakahara contava com os vizinhos para tentar retirar a árvore.
Na Avenida Leste-Oeste, também houve queda de árvores e o trânsito chegou a ficar interrompido. Por volta das 14h30, o trânsito na Avenida Dez de Dezembro estava interrompido na altura da JK, onde, na mesma região, a passagem de veículos estava impedida por árvores caídas. Alguns motoristas buscavam alternativas transitando pela calçada. A Avenida Santos Dumont também teve o trânsito interrompido por uma árvore caída.
Na região do Limoeiro, zona rural de Londrina, também houve muitos estragos. Árvores e postes caíram e casas ficaram destelhadas e sem energia elétrica. Partes das zonas sul e oeste, além da região central de Londrina ficaram sem luz. Postes caíram na Rua Bélgica, zona sul, e na Rua Sagitário com a Netuno, zona oeste.
137 mil domicílios ficaram sem luz
Em nota, a Copel informou que o temporal deixou 137 mil domicílios sem luz em Londrina, Cambé, Ibiporã, Jataizinho, Prado Ferreira e Sertanópolis. Mais de uma dezena de postes foi danificada e cinco torres de transmissão foram derrubadas na região da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no entanto, não houve interrupção de energia em decorrência da queda das torres. Segundo a companhia, o trabalho dos técnicos para a recomposição da rede elétrica deve ocorrer durante toda a noite.
A Copel alertou para que, em situações de risco como cabos rompidos ou caídos ao chão, é necessário manter distância do local e acionar a companhia pelo telefone 0800 51 00 116.
Cambé
Em Cambé, o estrago causado pela chuva também foi grande. Duas horas depois do temporal, o Corpo de Bombeiros já tinha recebido cerca de 150 chamados de árvores caídas e casas destelhadas. Muitos moradores procuravam os bombeiros em busca de lonas para cobrir residências. No quilômetro 164 da BR-369, uma árvore caiu interrompendo completamente a pista no sentido Cambé-Rolândia.
Força tarefa
Moradores que estiverem precisando de assistência por conta dos problemas causados pela chuva, podem entrar em contato com a Secretaria de Defesa Social, pelos telefones 153 e 199.
De acordo com o secretário municipal de Defesa Social, Rubens Guimarães, o temporal atingiu várias regiões da cidade. "As equipes estão nas ruas fazendo a remoção das árvores e lonas estão sendo distribuídas para casos de destalhamento", informou. Segundo ele, a região mais afetada pela chuva foi o Jardim Vista Bela. Até as 17 horas não havia sido concluído o levantamento de todos estragos provocados pela chuva.
Além da Defesa Social e a Defesa Civil, integrantes de outros órgãos como Secretaria de Ambiente (Sema), Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Secretaria Municipal de Agricultura e Companhia de Habitação (Cohab) trabalhavam para resolver os problemas causados pela chuva.
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