Quando o Sol cruzar a linha do equador na madrugada de sábado (23), se dará início a "desejada" estação transformada em poesia por Cecília Meireles, a primavera. Desejada, explica-se, pois poderá pôr fim as intempéries trazidas pela estiagem, uma das piores já enfrentadas no estado.
As chuvas desta semana são um indício do clima que se aproxima. "Este inverno, em especial, foi bem severo. Mas a primavera terá um regime de chuvas mais significativo", explica o meteorologista Fernando Mendes, do Instituto Tecnológico Simepar.
Se o inverno foi considerado "atípico", a primavera, porém, não deve trazer surpresas aos paranaenses. De acordo com o meteorologista, "a previsão é que a estação esteja dentro de um quadro de normalidade".
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), prevê aumento na ocorrência de raios e de chuvas em períodos relativamente curtos.
Com a volta da instabilidade atmosférica, espera-se que o problema do baixo nível das barragens que abastecem Curitiba e região se regularize, o que levaria também a normalização de abastecimento e afastaria o risco de racionamento. Contudo, Mendes alerta: "Teria que ter chuva acima do normal para resolver de vez o problema."
Prenúncio do Verão, a primavera traz aumento, gradativo, das temperaturas. "Há uma grande variação, mas elas devem ficar mais amenas", afirma Mendes.
Umidade relativa do ar
Com a falta de precipitação, a umidade relativa no último mês chegou a níveis preocupantes. Em diversas ocasiões o índice ficou a baixo dos 20% o que fez a Defesa Civil divulgar alertas para que se evitassem atividades ao ar livre em dias de Sol forte.
Segundo Fernando Mendes, durante a primavera o índice deve ser normalizar pois está diretamente ligado com a ocorrência de chuvas.