Começa hoje a segunda etapa do racionamento de água nas regiões abastecidas pelas barragens do Iraí e Piraquara I. O balanço da Sanepar da primeira semana, a ser divulgado segunda-feira, indicará se a companhia deve intensificar as medidas de economia.
De acordo com a Sanepar, a primeira semana foi tranqüila, apesar do nível das barragens ter caído de 38% para 29% na última quinzena. A água voltou a encher as caixas dágua dos bairros afetados até, em média, às 22 horas.
Nos lugares em que o abastecimento retornou após o horário limite, o motivo foi geográfico, afirma o gerente da companhia, Antônio Carlos Girardi. "Os reservatórios estão no alto da cidade. Os locais mais baixos são os últimos a ter a água cortada e os primeiros a ter as caixas cheias por causa da gravidade", explica Girardi.
Ele alerta que o aumento no consumo logo após a abertura do sistema, às 16 horas, pode prejudicar os moradores das regiões mais altas. "Se os reservatórios nas regiões mais baixas ainda estão enchendo e já há o consumo intenso de água, demora mais para que ela chegue nos lugares mais altos", afirma.
A economia e reutilização de água para evitar mais racionamentos está sendo levado em conta por construtoras. De acordo com o presidente em exercício do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Hamilton Pinheiro Franck, a logística teve que ser mudada. "A água está sendo usada na medida certa. Em dias de racionamento, aumenta-se a reserva para continuar a construção."
É o que tem exigido dos pedreiros o técnico em enfermagem Gimar Ferreira, que está construíndo um sobrado de 170 m2 no Bairro Novo. Para evitar desperdício, a água é armazenada em tambores. As ferramentas são lavadas com a água usada na argamassa. "Sempre deixei bem claro para não esbanjar", diz.
MP
O Ministério Público do Paraná reiterou ontem o ofício encaminhado sexta-feira à Sanepar para que a população de Curitiba e Região Metropolitana beneficiada pela Tarifa Social pague só o que estiver economizando no racionamento. A justificativa de que no rodízio os consumidores gastam menos do que o limite de 10 metros cúbicos por mês (o equivalente a 10 mil litros).
"Espero que a Sanepar decida o que é melhor para o consumidor", confia o promotor João Henrique Vilela da Silveira. A Sanepar diz ainda não ter sido norificada. Técnicos estariam avaliando o primeiro pedido.
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