Protesto
Plano de carreira é a principal reivindicação
Os professores entraram em greve porque não houve acordo em relação ao principal ponto da pauta de reivindicações: a reestruturação da carreira docente. Para eles, a forma como a progressão de carreira está estruturada é injusta.
A remuneração inicial de um professor que trabalha 20 horas semanais é de R$ 1.597,92. Os que têm regime de 40 horas recebem R$ 2.215,54 e aqueles que trabalham com dedicação exclusiva ganham R$ 2.872,85. Esses valores correspondem ao cargo de professor auxiliar 1. Para atingir o grau máximo na carreira, de professor titular, é preciso passar por mais 16 níveis, que garantem remuneração entre R$ 2.165,57 e R$ 4.978,08.
Atualmente, quanto mais títulos um professor apresentar, maior o valor de retribuição por titulação. O menor valor, pago a um professor auxiliar que possui aperfeiçoamento e trabalha 20 horas semanais é R$ 54,28. Já o maior é para um professor com doutorado e dedicação exclusiva, que pode ganhar retribuição de R$ 7.247,17. Os professores pedem incorporação das gratificações em 13 níveis, com variação de 5% entre cada um, e acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. (FT)
Paraná
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) as aulas ocorreram normalmente no período da manhã. Somente no turno da noite a greve teve início de fato. Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), confirmaram adesão os docentes de Apucarana, Campo Mourão, Curitiba, Londrina e Francisco Beltrão.
Efeitos
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O primeiro dia de greve nas universidades federais começou confuso para os estudantes paranaenses. A adesão dos docentes foi parcial, o que obrigou os alunos a investigarem qual era o posicionamento de cada professor. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) as aulas ocorreram normalmente no período da manhã. Somente no turno da noite a greve teve início de fato. Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), confirmaram adesão os docentes de Apucarana, Campo Mourão, Curitiba, Londrina e Francisco Beltrão. Outros câmpus devem definir seu posicionamento até a próxima semana.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), das 59 universidades federais do país, 33 aderiram oficialmente ao movimento. Foram registradas interrupções nas aulas em instituições de diversos estados, como Amazonas, Rondônia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
O Ministério da Educação (MEC) não respondeu às solicitações de posicionamento em relação à greve. A Andes também informou que não houve contato da Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do MEC com a categoria nesse primeiro dia de mobilização. A última conversa entre o governo e a entidade ocorreu no dia 11 de maio, quando o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou a publicação da medida provisória que reajusta em 4% a remuneração dos docentes.
Alunos
No curso de Direito da UFPR a adesão ao movimento foi baixa e várias turmas tiveram aulas normalmente, inclusive no período noturno. A mobilização foi mais visível no câmpus da Reitoria, onde a Associação dos Professores da UFPR (Apufpr) promoveu no período da tarde uma aula pública expondo suas reivindicações. Professores que compareceram para dar aula se depararam com salas vazias, já que em algumas turmas, como no curso de Letras, os estudantes optaram por faltar.
A aluna do terceiro ano de Design da UFPR Fernanda Woijck teve aula normalmente durante a manhã e concorda com as reivindicações apresentadas pelos professores. "Acho que todos devem aderir ao movimento", disse, quanto à indefinição de alguns docentes sobre parar ou não.
Na UTFPR, as estudantes Bruna Antunes e Isabella Fadel, do curso de Engenharia Mecânica, tiveram a maioria das aulas que estavam previstas para a manhã de ontem. Os Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) das duas instituições declararam apoio à mobilização dos professores.
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