O primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, durante audiência nesta quarta-feira (10), presidida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, desmentiu parte dos depoimentos prestados anteriormente à polícia. Sérgio disse à juíza que Eliza não foi mantida em cárcere privado e que não estava machucada no sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nos dois depoimentos prestados à Polícia Civil nos dias 7 e 15 de julho, Sérgio afirmava que Eliza estava com um machucado profundo na cabeça e que ela era mantida sempre dentro de um quarto, sem poder andar livremente pela casa.
Sérgio manteve ainda a declaração do segundo depoimento, em que afirma que Bruno não entrou no Ecosport com Macarrão e o menor no dia 10 de junho, dia do suposto assassinato de Eliza. Segundo o primo do goleiro, Bruno permaneceu no sítio e não acompanhou Eliza até a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor da ex-namorada de Bruno. No dia 15 de julho, ele negou que o goleiro tenha presenciado ou participado da morte da jovem.
Sérgio disse ainda, na audiência desta quarta-feira (10), que nunca teve nenhum tipo de desavença com Macarrão, como estava descrito nos depoimentos anteriores.
Sobre a morte de Eliza, Sérgio afirmou que tudo o que falou no primeiro depoimento ouviu do adolescente que hoje está apreendido em Belo Horizonte durante o jogo do time "100%", em 15 de junho no Rio de Janeiro.Denúncias de torturas
Ainda na manhã desta quarta-feira (10), o primo de Bruno afirmou que nos depoimentos que prestou à polícia estava pressionado pelos delegados e por isso várias coisas que disse foi fruto da imaginação dele. Sérgio afirmou à juíza que, no dia do primeiro depoimento, foi agredido fisicamente pelo delegado Júlio Wilke. O mesmo delegado teria colocado uma sacola na cabeça dele e desferido vários socos nele. No dia 3 em audiência em Ribeirão das Neves, Sérgio havia dito que a tortura com sacola havia sido feita pelo delegado Edson Moreira. De acordo com o advogado do réu, Wiler Vidigal, Sérgio se confundiu ao citar os nomes dos delegados. O defensor disse ao G1 que Sérgio relatou a ele que foi agredido por Júlio Wilke na presença de Edson Moreira.
Sobre a acusação de tortura que Sérgio faz aos delegados, a assessoria da Polícia Civil disse nesta quarta-feira (10) que não vai se pronunciar e voltou a afirmar que os depoimentos na fase de inquérito foram acompanhados por representante da Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG).
A audiência de instrução para interrogatório dos réus do processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio é realizada no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH. Depois de Sérgio ainda faltam ser ouvidos, o goleiro Bruno, Fernanda Gomes de Castro, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Outros depoimentos
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues ouviu, nesta terça-feira (9), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mais dois réus envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza Samudio. O depoimento de Wemerson Marques, o Coxinha, começou às 14h35 e terminou às 18h. Durante a manhã, o réu ouvido pela magistrada foi Flávio Caetano de Araújo, das 9h30 às 13h30. Somando os dois turnos, as oitivas duraram mais de sete horas.
Marques negou todas as acusações a ele atribuídas e disse que mentiu no primeiro depoimento à Polícia Civil. Ele havia falado que não tinha visto Eliza no sítio de Bruno. "Eu estava assustado porque os delegados disseram que eu tinha matado Eliza", justificou.
Ele disse à magistrada que, naquela ocasião, o goleiro Bruno apresentou o bebê de Eliza como filho dele e que, em momento algum, o atleta negou a paternidade.
O réu falou também que viu Eliza pela última vez no dia 9 de junho e que o tempo que ela permaneceu no sítio teve livre acesso às dependências da propriedade, e que conversava normalmente com as pessoas que ali estavam.
Marques contou que soube do filme pornográfico feito por Eliza e que ela teria recebido outros convites para gravar no exterior. Ele informou, ainda, que enquanto ela estava no sítio do jogador não viu nenhum ferimento, sangramento ou curativo na cabeça dela.
Nesta quarta-feira (10), a partir das 8h30, Marixa deve ouvir os réus Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, a ex-namorada do jogador.
Durante interrogatório nesta terça-feira (9), Flávio Caetano, que prestava serviços como motorista para Bruno e Dayanne de Souza, disse que viu Eliza Samudio apenas uma vez e que esse encontro foi no sítio do goleiro, no dia 8 de junho, quando ela tomava sol com o filho. Flávio Caetano é um dos réus no processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza.
Na segunda-feira (8), a ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza, e caseiro Elenilson Vitor da Silva foram interrogados.Entenda o caso
O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.
O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro respondem na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos é o único que responderá por dois crimes. Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.
A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora