O governo brasileiro, apesar de diferentes tentativas, ainda não conseguiu descobrir a receita para o combate ao tráfico de drogas no Brasil. Uma delas foi acabar com a prisão de usuários de substâncias entorpecentes para evitar que eles tivessem contato com os grandes traficantes e saíssem em uma situação pior do que a inicial, já que o falido sistema carcerário brasileiro não consegue reedecudar os presos.
Agora, com a mesma justificativa, o governo quer acabar também com a prisão do pequeno traficante, o que na visão do secretário municipal Antidrogas de Curitiba, Fernando Francischini, traz embutido o risco de potencializar e difundir ainda mais o tráfico. "Essa medida vai ser boa para o grande traficante, que, em vez de ter um ponto de venda, vai ter 30 pequenos pontos na cidade", afirma.
Os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado têm essa mesma visão e barraram, nessa quarta-feira, o projeto do Ministério da Justiça para aplicar penas alternativas aos pequenos traficantes. Mas o governo não se deu por vencido. Para o secretário de Assunt os Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, ainda é possível melhorar a proposta e trazê-la mais uma vez para discussão. "Acho que os senadores receberam o tema com simpatia. Agora vamos discutir e reescrever a proposta. É preciso analisar os verbos da lei: exportar, drogar, importar, vender, oferecer, o que pode ser enquadrado ou não na pena alternativa", explicou ele, segundo informações de agências.
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