A quantidade de pessoas presas e de adolescentes apreendidos em flagrante de tráfico de drogas aumentou 54% entre 2007 e 2008 em Londrina, Norte do Paraná. O levantamento foi feito pela Polícia Civil e compara dados de janeiro a agosto de 2007 ao mesmo período deste ano. Foram 148 prisões nos 8 meses de 2007 e 228 neste ano. O número chama a atenção pois houve diminuição de 10% na quantidade geral de prisões e apreensões do período. Entre janeiro e agosto de 2008 foram presas 1.332 pessoas e, no mesmo período do ano passado, foram 1.477 prisões em flagrante em Londrina.
Os dados são do delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, delegado Sérgio Barroso, que vê no aumento das prisões por tráfico um ponto positivo. "Houve um aumento de 54% neste ano, o que mostra que há aumento na repressão ao tráfico", afirma Barroso.
A socióloga Francisca Virgínio Soares, docente da Uninorte e coordenadora do Observatório Social Londrinense, lembra que os números do tráfico acompanham um cenário nacional. "O problema de Londrina com o tráfico não é isolado, Londrina está inserida em um cenário maior no qual o tráfico puxa outros tipos crimes", diz a socióloga, que entre 2005 e 2006 realizou um levantamento com 109 internos do Cense 1. Ela relata que, em conversa com os internos, muitos dos que foram apreendidos por roubo ou posse de arma, por exemplo, afirmaram que esses crimes estavam relacionados ao tráfico. "Eles roubam para consumir, para pagar dívidas de drogas, morrem porque deviam, existe uma série de delitos ligados às drogas", observa.
Segundo o levantamento da Polícia Civil, entre os 1.332 presos e apreendidos, 31% estão na adolescência e 62% têm menos de 25 anos de idade; 75% estudaram, no máximo, até o final do ensino fundamental. Na avaliação de Barroso, os dados mostram que o combate à criminalidade passa, necessariamente, por melhorias no acesso à educação, saúde e outras garantias constitucionais. Francisca Soares é da mesma opinião. "A violência passa, essencialmente, pelas questões sociais. A questão da segurança pública não pode se restringir a criar mais contingentes policiais, em militarizar a segurança, estamos falando em políticas públicas para melhorar a condição de vida das pessoas", afirma. Em sua pesquisa com os adolescentes infratores, Francisca Soares verificou que a faixa mais crítica para o cometimento de infrações é dos 14 aos 17 anos. "Esses adolescentes ficam 45 dias internados e quando saem voltam para famílias com os mesmos problemas, é preciso um atendimento às famílias vulneráveis", diz. Entre os adolescentes entrevistados, quase a metade - 46% - morava apenas com a mãe, 27% moravam com pai e mãe, 7% com mãe e padrasto e 6,5% só com o pai. A renda familiar variava de R$ 120 a R$ 350, enquanto, no tráfico, os menores podiam ganhar até R$ 3 mil por semana.
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