Apesar da defesa da própria liberdade de expressão, Felipe Neto coleciona casos de pressão por censura| Foto: Claudio Reis/Câmara dos Deputados
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Conhecido pelo ativismo pró-censura nas redes sociais, o youtuber lulista, Felipe Neto, defendeu sua liberdade de opinião após ser denunciado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por injúria.

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Lira acionou a Polícia Legislativa contra o influenciador de esquerda, nesta quinta-feira (25), após Neto chamar o presidente da Casa de “excrementíssimo” durante uma audiência sobre regulação das redes sociais na Câmara. 

Na ocasião, Felipe Neto cobrava o Congresso pela aprovação do PL das "fake news" - também conhecido como PL da Censura. O youtuber disse que o projeto não tem relação com "censura" e acusou a “extrema-direita” de criar uma "narrativa" para barrar a votação da proposta.

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Após a abertura da ocorrência contra Felipe Neto, a Polícia Legislativa enviou a acusação de injúria à Justiça Federal.

“Acabo de saber que o presidente da Câmara dos Deputados acionou a polícia contra mim. Confesso que achei curioso, uma vez que o próprio Arthur Lira disse hoje: ‘Parlamentar ser chamado para depor na PF porque disse que ministro é isso ou aquilo na CPI é exagerar um pouco’. Não tenho opinião sobre a pessoa Arthur Lira, não o conheço. Como parlamentar, minha opinião é clara: suas ações e inações são em grande parte nocivas e extremamente reprováveis. Minha intenção, ao citar ‘excrementíssimo’, foi claramente fazer piada com a palavra ‘excelentíssimo’, uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra. Já sofri tentativas de silenciamento com o uso da polícia antes, inclusive pela família Bolsonaro. Continuarei enfrentando toda essa turma enquanto me sobrarem forças. E eu nunca falei que os enfrentaria com flores, nem assim o fiz e nunca o farei”, escreveu o youtuber em seu perfil na rede social X, nesta quinta-feira (25).

Em outra publicação, Neto compartilhou o trecho de um parecer do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em um julgamento que diz: “A liberdade de expressão existe para a manifestação de opiniões contrárias, jocosas, satíricas e até mesmo errôneas, mas não para opiniões criminosas, discurso de ódio ou atentados contra o Estado Democrático de Direito e a democracia".

Apesar da defesa da própria liberdade de expressão, recentemente, Felipe Neto saiu em defesa da censura a perfis das redes sociais imposta por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que os jornais que estão denunciando os abusos “querem cliques”.

O ataque de Neto aos jornais foi feito na esteira das revelações do escândalo conhecido como “Twitter Files Brazil”, em que o proprietário do X (ex-Twitter) Elon Musk denuncia a pressão de políticos e de parte do judiciário brasileiro para censurar perfis não alinhados à esquerda. Neto é citado nos documentos, mostrando acesso privilegiado nas negociações com o Twiter.

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No mês passado, ao participar como palestrante do Seminário promovido pelo Ministério da Saúde para concepção e criação do Memorial da Pandemia Covid-19, o youtuber defendeu o controle das redes sociais como forma de derrotar o que chamou de “extrema-direita”. 

Criticado pela mudança abrupta de posicionamento sobre a esquerda e o presidente Lula (PT), Felipe Neto integra um grupo de trabalho montado pelo Ministério dos Direitos Humanos para combater “o discurso de ódio e o extremismo”.

Em maio do ano passado, Neto participou de um evento promovido pela Unesco em defesa da liberdade de imprensa a pedido de Lula (PT). Meses depois, em novembro de 2023, o youtuber incentivou a perseguição a uma jornalista por causa da reportagem que revelou visitas da “dama do tráfico” ao Ministério da Justiça do governo Lula. 

Felipe Neto chamou a editora de “dama das fake news” e sugeriu que a jornalista poderia estar sendo “financiada”. Após a repercussão negativa do ataque à jornalista, o youtuber apagou o tuíte e fez nova publicação com pedido de desculpas.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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