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Enquanto a linguagem está mais relacionada ao desenvolvimento cognitivo da fala, a dicção é como o lado mecânico da coisa. Desvios nesta etapa, em geral, tem solução. No caso do frênulo curto (a famosa “língua presa”) o ideal é cortar a membrana que segura a língua já no bebê, para permitir que aquela musculatura se desenvolva corretamente. Além da dificuldade em emitir alguns sons, o frênulo curto faz com que o bebê tenha dificuldades em mamar, por não ter força para puxar o líquido. Quando a criança cresce o procedimento fica um pouco mais complexo, e pode exigir que o médico faça um ponto após o corte. O chamado “teste da linguinha” é obrigatório nas maternidades brasileiras desde o final de 2014.

Outro problema é a projeção da língua entre os dentes na hora de falar. É comum nas crianças que usam chupeta e, neste caso, não tem alternativa: é precisa cortar ao vício o mais cedo possível, no máximo antes dos dois anos. Neste caso, o melhor é dar o exemplo - “olha, filha, o papai não fala com a língua para fora” - e colocar o pequeno em frente a um espelho, para que ele se veja falando.

Má dicção relacionada à musculatura pouco desenvolvida em geral é mais comum para crianças com síndromes, como Down, segundo Ana Lucia Nogueira. Isto devido a um “tônus alterado” chamado “hipotonia” (aquela “bochecha mais fofinha”, explica a fonoaudióloga). Neste caso a amamentação e exercícios para estimular a musculatura da face são importantes.

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