A entrega do novo prédio do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, inicialmente prevista para o fim de 2014, foi prorrogada por mais três meses em decorrência de problemas identificados no terreno onde ocorre a construção. As obras, iniciadas em novembro do ano passado, estão agora em fase de acabamento fechamento de paredes e cobertura. A nova previsão é que a inauguração deve acontecer até 29 de março de 2015.
De acordo com Ivan Fernandes, capitão do Corpo de Bombeiros e engenheiro civil do Departamento de Engenharia da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o problema foi identificado durante os estudos de sondagem necessários para iniciar a perfuração e a concretagem do solo.
"O terreno sobre o qual o novo IML está sendo erguido fica sobre região de captação de água da Bacia do Rio Iguaçu. Quando as equipes começaram a furar o solo, começou a verter muita água. Descobriu-se que o lençol freático estava elevado e afetaria a parte estrutural da edificação", explicou. A solução foi alterar o projeto estrutural de fundação da edificação e executar um projeto de rebaixamento do lençol freático e drenagem do solo. A manobra gerou um custo de R$ 3,2 milhões o equivalente a um adicional de 19,4% à obra já orçada em R$ 16,7 milhões.
Fernandes esclareceu que o primeiro estudo de solo apontou condições normais porque foi realizado em um período de estiagem; o grande volume de chuvas registrado na região durante o ano alterou o cenário. "Da época do primeiro estudo de solo e da concepção do projeto até o início das obras, houve um intervalo de um ano em que a condição do solo mudou por conta das chuvas, é normal".
Ainda conforme o engenheiro, a alternativa ao projeto de rebaixamento do lençol freático e drenagem do solo seria investir na manutenção do projeto inicial e utilizar tubos encamisados na fundação procedimento mais custoso e "financeiramente inviável".
Novo IML será três vezes maior
A nova sede do IML de Curitiba será transferida da Avenida Visconde de Guarapuava, no Centro, para a Rua Paulo Turkiewicz, no Tarumã. Quem executa as obras é a empresa Construtora Projeto Novo, de Cascavel, que venceu o processo licitatório. O investimento inicial era de R$ 16,7 milhões, recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O instituto ocupa a sede atual desde 1975 e já há alguns anos passa por problemas estruturais e falta de pessoal. Em 2011, uma vistoria feita pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) encontrou corpos empilhados, que provocavam vazamento de chorume. O novo prédio terá 6,5 mil metros quadrados, três vezes maior do que a estrutura atual.