A ação civil pública movida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra a Fundação João Paulo II, entidade ligada à comunidade Canção Nova, foi suspensa durante a audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (25). O processo, aberto pela promotora de justiça Marcela Agostinho Gomes Ilha, pede o afastamento de membros da Canção Nova do conselho deliberativo da Fundação.
Segundo a assessoria de imprensa da Canção Nova, houve avanços no diálogo com o MP-SP, o que motivou a suspensão temporária do processo. Conforme registrado na ata da audiência, as partes concordaram em manter a suspensão até o dia 31 de maio.
Presidente da Canção Nova defendeu modelo idealizado por fundador
Os pedidos iniciais do MP-SP incluíam alterações no estatuto da Fundação João Paulo II, a retirada de membros da Canção Nova da diretoria e a inclusão de Luzia Santiago, cofundadora da comunidade, como membro vitalício da entidade. O órgão também exigia que a gestão de recursos se desse de forma independente. O MP-SP argumentou que havia confusão administrativa e patrimonial entre as duas entidades, ainda que ambas tenham sido criadas para finalidades complementares.
Em janeiro de 2025, quando a ação civil pública foi instaurada, a Canção Nova se manifestou afirmando que o Ministério Público estaria tentando “laicizar” a Fundação João Paulo II. Padre Wagner Ferreira, que preside as duas instituições, explicou os desdobramentos do processo um vídeo publicado no canal da comunidade.
“São duas instituições distintas que fazem parte de uma única obra: a obra Canção Nova. [...] Parece que o Ministério Público não parece entender essa inspiração do nosso saudoso Padre Jonas Abib e acha que a Fundação João Paulo II tem que caminhar sem a presença dos membros da comunidade Canção Nova”, declarou o sacerdote.
