O tempo colaborou e milhares de fiéis foram às ruas de Curitiba na tarde de ontem para participar da Procissão do Senhor Morto, principal celebração organizada pela Igreja Católica na Sexta-Feira Santa. Diversos grupos saíram das igrejas Perpétuo Socorro, Bom Jesus e Nossa Senhora de Guadalupe e se encontraram no centro da cidade em direção à Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
Ainda na igreja Nossa Senhora de Guadalupe, o padre Reginaldo Manzotti iniciou a celebração e, em sua fala, defendeu que a Páscoa é momento de libertação. "A morte era o nosso fim. Porém, Cristo lavou nossos pecados. Participem e tenham uma Páscoa testemunhal", convidou o padre, que reúne multidões.
Durante todo o trajeto, com a imagem de Jesus Morto, os participantes entoaram orações e cantaram. "Essa procissão marca o meu retorno à igreja e é uma forma de agradecimento por tudo que passei em minha vida", confidenciou o analista de suporte Luiz Ricardo Mateus da Silva, 26 anos, que foi à celebração com a sua namorada, a farmacêutica Aline Belinovski Ferreira, 26 anos. "Hoje é um dia de muita tristeza e muita alegria. Triste por lembrar a morte de Jesus, mas feliz pela salvação que ele proporcionou", afirmou.
Segundo estimativas da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), aproximadamente 5 mil pessoas acompanharam a procissão. Ao chegar à Catedral, o arcebispo de Curitiba dom Moacyr Vitti conduziu a celebração da Paixão do Senhor. A igreja ficou lotada e fiéis beijavam a imagem de Jesus Cristo na Cruz.
"O dia é de agradecimento a Deus por toda a sua generosidade para conosco. O significado dessa data é muito forte: o amor daquele que dá sua vida pelos seus irmãos", disse Vitti. Em seu pronunciamento, ele deu especial ênfase às eleições e à corrupção. "É preciso reagir. Este ano é época de eleições e temos de optar por aqueles representantes com consciência, que não deem continuidade à corrupção. Vamos demonstrar nas urnas a nossa vontade", enfatizou.