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Trânsito

Procura pela carteira causa demora no psicotécnico

Rafael e Douglas se queixam da demora para agendar exames no Detran | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Rafael e Douglas se queixam da demora para agendar exames no Detran (Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo)

A marcação dos testes psicotécnicos pelos centros de formação de condutores (CFCs), também conhecidos como auto-escolas, em Curitiba voltaram a ter prazo superior a sete dias, média do atendimento no ano passado. Segundo funcionários de auto-escolas, o prazo pode chegar a até 20 dias. Em abril deste ano, o período de espera era de 30 dias. O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) argumentou, naquele período, que a procura para a realização dos primeiros testes de habilitação (físicos, mentais e psicotécnicos), também tinha aumentando.

Atualmente, o mesmo problema tem sido sentido pelos usuários. Segundo Michele Macedo, do CFC Líder, os exames psicológicos estão sendo marcados no prazo de 15 a 20 dias, o que causa irritação dos alunos. A funcionária comenta que neste último mês houve o crescimento de 30% nas matrículas. Os candidatos têm procurado o serviço por causa das mudanças quanto a primeira habilitação, que prevê o aumento do número de horas práticas e teóricas, regulamentada pela resolução 285 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A nova legislação entra em vigor a partir do dia 1.º de janeiro de 2009. Outro fator lembrado, é a implantação da biometria no próximo mês. Por semana, a auto-escola chega a marcar até 10 testes.

Exemplos

Maria Aparecida do Carmo Pilinski, do CFC Preferencial, confirma. A corrida pela retirada da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) começou há uma semana. "As pessoas querem manter o preço velho e concluir suas carteiras antes do fim do ano", afirma. O cabeleireiro Douglas Fidellis, 18 anos, sabe bem o que é isso. Ele comenta que tem a maior pressa para ter o documento na mãos. Seu exame está marcado para o dia 3 de outubro e, até lá, não pode marcar nenhuma aula prática. À noite, ele trabalha em um estacionamento e, por não ter carteira, fica dependente de outros funcionários. "Para qualquer um que esteja no processo, a demora é angustiante", diz.

O estudante universitário Rafael Távora dos Santos também tem teste marcado para o dia 3. Segundo ele, a auto-escola deu entrada no processo no dia 11 e só conseguiu uma data para o psicotécnico 23 dias depois. "Já tenho o carro e não posso dirigir. É uma agonia", lembra. Ele se diz chateado, porque já pagou todas as taxas, mas está impossibilitado de fazer os testes práticos. Rafael admite que quer resolver tudo antes de dezembro, para não ter que pagar mais no ano que vem.

Credenciamento de clínicas deve ser a solução

Segundo a coordenadora de habilitação do Detran-PR, Maria Aparecida Soares, o credenciamento de clínicas médicas e psicológicas, até o início do ano que vem, deverá facilitar a vida do usuário. "Se estamos nessa condição, é por causa do convênio até então em vigor", argumenta, deixando claro, porém, que o prazo de normalidade no atendimento aos testes de avaliação psicológica, por exemplo, é de 15 dias.

O processo de liberação de vagas é aberto em todo 15º dia do mês, com a oferta até o próximo período. Maria Aparecida avisa que a agenda é pública e pode ser acessada no site do Detran por qualquer pessoa, possibilitando ao candidato a consulta às datas liberadas.

Segundo ela, o órgão percebeu o crescimento da procura e entrou em contato com a PUCPR – entidade conveniada responsável pela prestação do serviço em todo o estado – para que possa ser ampliado o atendimento. Atualmente, são submetidos a uma avaliação psicológica 40 candidatos em turmas coletivas, em cinco horários distribuídos das 8 às 17 horas, além de atendimentos individualizados com usuários que precisam passar pelo reteste, por problemas pontuais.

O edital de credenciamento foi publicado no Diário Oficial em junho deste ano e, 25 clínicas do estado se interessaram em participar do processo. Até o início de 2009, o departamento acredita já ter o serviço implantado. No momento, diz Maria Aparecida, algumas já estão na segunda etapa.

Para a integrante da Comissão de Trânsito do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, a psicológa Maria Elaine Andrade Celeira de Lima, as exigências do edital são muitas e a discussão está na pauta da próxima reunião do grupo, em outubro. Para ela, as limitações técnicas excluirão as pequenas clínicas do processo. Maria Elaine lembra que só a partir da liberação de clínicas especializadas para o atendimento do público poderá se resolver o problema de fila.

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