Uma troca de acusações envolvendo perseguições políticas e condutas policiais atingiram inclusive o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. A discussão teve início em uma coletiva concedida nesta quarta-feira pelo procurador de justiça Dartagnan Cadilhe Abilhoa, coordenador do Centro de Apoio das Promotorias Criminais e de Execuções Penais do Ministério Público. Dartagnan contou que motivos políticos estão por trás do mandado de prisão preventiva expedido na última terça-feira contra seu filho, o investigador da Polícia Civil Ricardo Abilhoa.

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O procurador negou a acusação de enriquecimento ilícito contra seu filho. "Tudo porque ele tem um patrimônio que eles acham que não é compatível com o que ele ganha como policial civil", disse. Ele revelou que os bens de Ricardo vêm da herança da avó e do trabalho de sete anos de recuperar e vender carros sinistrados. No entanto, um parecer do Ministério Público relacionado ao inquérito que investiga Ricardo aponta que, ao exercer a função policial, ele acabava "por extorquir criminosos, em seus próprios interesses, colocando-os à solta."

Em depoimento, o estudante de Direito Marco Antônio de Castro afirma ter delatado inúmeras situações à polícia judiciária em troca de dinheiro. O documento mostra que Ricardo solicitou o trabaho de Castro para saber tudo o que ocorresse na Vara de Inquéritos Policiais a seu respeito. Em troca, o estudante receberia R$ 10 mil. Ricardo encontra-se foragido.

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Para justificar que a prisão tem como pano de fundo uma guerra política, Dartagnan disparou, com base em documentos, uma série de acusações contra o secretário Luiz Fernando Delazari. Fatos que teriam ocorrido desde 2000, na CPI do Narcotráfico, foram trazidos à tona. O procurador afirma que um dos depoentes à CPI revelou vender drogas a Delazari. Outra revelação diz que o secretário teria entrado em contato com o policial Samir Skandar, acusado de estar envolvido com roubo de caminhonetes, e teria proposto aliviar a investigação desde que Skandar dissesse que teria entregue R$ 70 mil, a mando de Paulo Mandelli, a três promotores, incluindo Dartagnan.

Em nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública afirma que as acusações de Dartagnan contra Delazari "são pessoais e levianas e só serão respondidas por meio de um processo judicial". A superintendência da Polícia Federal informou que as acusações contra o órgão são inconsistentes e confia na equipe de policiais que vem combatendo o crime organizado no Paraná.