Brasília O procurador- Geral da República, Antônio Fernando de Souza, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que instaure inquéritos individuais para investigar 15 parlamentares suspeitos de envolvimento na compra e licitação fraudulenta de ambulâncias, com recursos da União.
A fraude foi identificada na chamada "Operação Sanguessuga. O procurador não revelou o nome dos parlamentares sob o argumento de que os inquéritos estão sob segredo de justiça.
A Polícia Federal efetuou, no dia 4 de maio, 44 prisões de pessoas suspeitas de envolvimento na fraude. Entre os presos estavam dois ex-deputados, assessores de parlamentares, empresários e a ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino.
Grampos telefônicos realizados pela PF e pelo Ministério Público Federal em Cuiabá revelaram a ligação entre parlamentares e integrantes da quadrilha. Maria da Penha Lino entregou para a PF uma lista com o nome de 283 parlamentares suspeitos de participar do esquema.
Crimes
O procurador classificou o grupo de envolvidos como organização criminosa especializada na fraude de licitações, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
O caso começou a ser investigado pelo Congresso, mas foi repassado para a Procuradoria-Geral da República. O Congresso alegou que não teria condições de fazer uma investigação desse porte.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a Procuradoria enviaria o resultado das investigações para as Corregedorias da Câmara e Senado, que encaminhariam possíveis acusações para os Conselhos de Ética de cada Casa.