São Paulo A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo analisará nos próximos dias uma representação que coloca sob suspeita a compra de 280 lanches feita com um cartão de crédito corporativo da Presidência em um restaurante em Jacareí, no interior paulista. O fato ocorreu durante agenda de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 23 de setembro.
O autor da denúncia, Sidnei de Oliveira Andrade, funcionário da Câmara Municipal de Jacareí, diz à Justiça que os lanches, comprados por R$ 2.212 com o cartão corporativo, foram dados a militantes trazidos em uma caravana de aproximadamente dez ônibus. Mas não há provas disso.
Os lanches foram adquiridos na Churrascaria Gaúcha Romani, com um cartão da Presidência que estava em poder de Mauro Augusto da Silva. Nesse local, nove membros da comitiva presidencial haviam jantado no dia anterior, 22 de setembro. A conta de R$ 90 foi quitada com o mesmo cartão corporativo.
A representação, divulgada quinta-feira pela imprensa, foi entregue pelo próprio Andrade à Justiça. A denúncia ainda não foi analisada chegou quarta-feira a São Paulo e será distribuída a um promotor, que analisará se abre procedimento para investigar o caso ou se determina o seu arquivamento, por falta de provas.
A Casa Civil confirmou a compra dos lanches e o pagamento do jantar, mas afirmou que não há nenhuma irregularidade. Segundo a Presidência, a comida foi distribuída a integrantes da comitiva de seguranças e assessores que acompanham o presidente em suas viagens pessoais e profissionais.
Os principais partidos de oposição no Congresso, PSDB e PFL, cobraram explicações sobre os gastos em Jacareí. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), quer uma justificativa da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, sobre o caso. O tucano apresentou quinta-feira requerimento à Mesa Diretora do Senado para que seu pedido seja aprovado e, em seguida, enviado a Dilma. A votação deve acontecer na próxima semana.
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), também manifestou indignação diante de indícios claros, em sua opinião, de que o cartão corporativo da Presidência foi usado para pagar gastos de campanha eleitoral. Agripino afirmou que, se o uso irregular for realmente comprovado, estará configurado crime eleitoral, exigindo que o presidente Lula recomende uma apuração e a punição dos culpados. O uso indevido do cartão corporativo da Presidência foi um dos temas mais citados pelos adversários durante a campanha.
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