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AGRICULTURA

Produção de grãos deve cair 30%

Paranapanema – Apesar do pacote de medidas anunciado pelo governo no Plano de Safra 2006/07, os agricultores vão investir menos no plantio de grãos neste ano. Os mais pessimistas prevêem queda na produção de até 30%, em decorrência da redução da área cultivada e da aplicação menor de insumos.

A previsão do governo de colher 130 milhões de toneladas dificilmente vai se confirmar. A um mês do início do plantio, a maioria dos produtores está sem crédito e não conseguiu comprar calcário, sementes e adubos na quantidade suficiente para manter as áreas de plantio da última safra. Os R$ 41,4 bilhões liberados pelo governo federal para o custeio e comercialização não estarão disponíveis para os inadimplentes da safra 2004/05, que são muitos.

A renegociação da dívida, que em todo o país atinge R$ 27 bilhões, não beneficia produtores que devem para o setor privado e que constituem a maioria. "O agricultor está com um pé atrás e deve deixar a decisão do plantio para a última hora", avalia Guilherme Almeida, gerente da Sul Paraná, distribuidora de defensivos e sementes de milho em Itapeva, sudoeste do estado de São Paulo.

Segundo ele, as vendas estão quase 50% abaixo dos volumes normalmente registrados nesta época nos últimos anos. A Fazenda Agropecuária São Paulo, em Taquarivaí, grande produtora de milho soja e trigo, decidiu rever a programação de plantio que previa aumento na área de produção."Vamos manter o cultivo em 1,7 mil hectares, mas não sabemos o que fazer com outros 360 hectares", disse o administrador João Jacintho.

Na região, tradicional produtora de trigo como cultura de inverno, a semeadura do grão está se encerrando com redução de 50% da área cultivada. Seundo o agrônomo Vandir Daniel da Silva da Secretaria de Agricultura do estado, a queda pode influenciar o plantio de soja e milho no verão, feito geralmente sobre a palhada do trigo. Segundo ele, o plantio do trigo foi influenciado pelas condições climáticas, pois há 60 dias não chove. Silva diz que, por ter investido em tecnologia, comprando tratores, pivôs de irrigação e construído silos, o agricultor está endividado, mas não pode deixar de plantar.

"A saída é reduzir custos, buscando sementes mais baratas, reduzindo o fertilizante e as horas de funcionamento dos pivôs de irrigação", disse ele. Com isso, acredita, a produtividade deve cair.

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