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Professor de história tenta convencer que Hamas não é grupo terrorista e alunos reagem

Professor que tentou convencer alunos de que o Hamas seria um "grupo político" dá aula no Colégio Anchieta, escola tradicional de Porto Alegre. (Foto: Colégio Anchieta / Divulgação)

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Um professor de história do Colégio Anchieta, escola tradicional de Porto Alegre, administrada por jesuítas, tentou convencer alunos do 9º ano do ensino fundamental que o Hamas não seria um grupo terrorista, mas apenas “um grupo político”, em aula realizada nesta segunda-feira (30). Uma das alunas gravou as manifestações do professor e a reação dos seus colegas em um vídeo de quarenta minutos. A instituição, procurada, manifestou-se após a publicação desta reportagem por meio de comunicado em seu site, dizendo estar “averiguando o episódio”.

Imagens do vídeo (veja ao final), que viralizaram nas redes sociais, começam com o professor citando notícia divulgada pelo Hamas que Israel seria o responsável por um bombardeio em um hospital em Gaza, fato negado pelos judeus. “Você bombardear hospitais em que civis morrem também pode ser visto como uma ação terrorista, no entanto, você chama Israel de terrorista?” Segundo o professor, Israel estaria atacando Gaza por uma “divergência política”, sem citar as atrocidades cometidas por integrantes do Hamas.

Os alunos reagiram dizendo que os judeus estavam tentando reaver reféns e respondendo a uma série de invasões de terroristas do Hamas, com estupros e mortes de civis inocentes, inclusive bebês.

Nesse momento, o professor mistura as ações terroristas do Hamas com o restante do povo palestino e diz que o “grupo político Hamas” só teria respondido a ofensivas anteriores de Israel. E que os alunos estavam tomando um lado sem saber de toda a história. “Eu só estou mostrando para vocês que essa visão que Israel está certo e que os palestinos estão errados é uma visão equivocada.”

O pai da aluna que gravou o vídeo conta que a filha, ao chegar da escola, relatou que uma de suas amigas, que é judia e colega de sala de aula, estava presente quando o professor começou a questionar a reação de Israel ao terrorismo do Hamas. A garota judia começou a gravar a aula para mandar à mãe, mas foi impedida pelo professor, que a retirou da aula e a enviou para falar com a direção do colégio. Inconformada com a situação, sua colega começou a gravar sem chamar a atenção do professor. Com as imagens em mãos, os pais foram à escola para cobrar alguma medida do colégio, mas até agora a instituição não se pronunciou.

O ex-vereador Valter Nagelstein apontou em seu perfil no instagram que esse mesmo professor disse há cinco anos que “os judeus eram um problema no mundo”, declaração também registrada em vídeo pelos alunos. Segundo Valter, a administração do colégio disse que iria tomar providências, mas que nada aconteceu.

Nas redes sociais da escola, muitos pais de alunos e ex-alunos estão revoltados com a falta de posicionamento do colégio. Em uma das publicações, um ex-aluno do colégio comentou: “Aguardando alguma atitude em relação ao ocorrido. Sou ex-aluno e semana passada matriculei meu filho. Se nada for feito, cancelaremos.”

Outra ex-aluna mostra indignação. “Sou ex-aluna, meu pai também estudou no Anchieta, vergonha o que ouvi de um professor. Questiono se ele foi demitido? Minha filha não irá estudar em um colégio que defende o maior absurdo que ocorreu nos últimos tempos. Muito triste isso. Esperamos um posicionamento do colégio.”

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