Embora não seja responsabilidade do professor solucionar a questão das drogas, o docente pode desempenhar um papel importante no auxilio dos jovens. Para as orientadoras pedagógicas Adriana Franco e Francisca Maria de Fawn, quando o adolescente procura ajuda quer um suporte para enfrentar a situação. Os desafios são muitos, principalmente porque o pedido de socorro pode não ser tão claro e se manifestar na indisciplina ou no desinteresse pelas atividades. A orientação é para que o professor sempre procure os pedagogos para que, junto com os estudantes, o melhor caminho seja encontrado.
Há casos de pais que não aceitam a notícia de que o filho possa estar usando drogas e isso pode gerar uma crise na família. A professora Cibele Cruz conta que uma aluna dizia não ser vista pelos pais. "Quando combinamos de chamar a mãe, a filha disse que tentava conversar com ela há uma semana e não conseguia. No dia, foi muito difícil. São processos dolorosos, que devem ser feitos a seis mãos, com a escola, família e alunos."
Tratamento
Para solucionar bem esses problemas é preciso o trabalho de assistentes sociais e psicólogos. Quando o envolvimento com os entorpecentes é grande, pode ser indicado um afastamento para tratamento. E é neste ponto que as escolas públicas ficam sem amparo, porque as famílias não podem pagar uma clínica particular e muitas vezes têm dificuldade de conseguir vagas no Sistema Único de Saúde.
Para que o professor consiga apoiar os estudantes, precisa ter respaldo da equipe pedagógica. A diretora pedagógica do Colégio Acesso, Adriana Franco, diz que, quando os educadores percebem que o estudante pode ser um usuário, a família é acionada. "Tratamos a questão de forma individualizada. A dependência química é uma doença e o estudante não pode ser julgado e culpado como um criminoso."
No Colégio Dom Bosco, entre a 1.ª e a 4.ª série os estudantes participam das atividades do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). No ensino fundamental e médio, o tema drogas é trabalhado com a valorização da vida. "O estudante tem de dizer não às drogas de uma forma consciente, sabendo que pode encontrar satisfação em atividades como a prática de esportes. Outro foco é a melhora da autoestima", diz Francisca Maria de Fawn, diretora pedagógica.
APP
Apesar dos esforços dos professores em lidar com a questão, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) diz que as drogas não são um problema que deve ser resolvido pelo docente. "São demandas que a escola não tem suporte e nem condições de solucionar. Tem de haver trabalho em rede, porque perpassa os muros da instituição, envolve questões familiares e problemas sociais", afirma Giselle Corrêa, assessora educacional da APP. (PC)
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