Familiares, amigos e a comunidade escolar prestaram, nesta quarta-feira (6), as últimas homenagens ao professorAntônio Carlos de Paula, de 49 anos, queimado vivo na madrugada de sexta-feira (1º). O corpo do educador foi sepultado às 15h30 desta quarta, no Jardim da Saudade, no Cabral, em Curitiba. A Delegacia de Homicídios (DH) investiga o crime.
Segundo a família, o corpo docente do Colégio Estadual Ivo Leão, onde Antonio Carlos lecionava, esteve presente em peso no enterro. Alunos também fizeram questão de dar um último adeus ao professor. "Havia umas 120 pessoas no enterro. Ele [Antonio Carlos] era muito querido pelos alunos. Na hora do lanche, ele não ficava na sala dos professores. Ele ia para junto dos alunos", disse a irmã da vítima, Maria de Jesus.
No sepultamento, Antonio Carlos foi lembrado pelo seu papel como educador. Além de dar aulas de geografia, a partir do segundo semestre deste ano, ele lecionaria filosofia, seu "sonho". "Ele fez pós-graduação em filosofia e estava muito feliz por assumir esta cadeira. Ele também desenvolveu atividades importantes, como um trabalho que fez junto aos alunos contra o bullying", contou Maria de Jesus.
Investigações
Antônio Carlos de Paula foi agredido e queimado no bairro Hauer, em Curitiba, na madrugada de sexta-feira (1º). O crime ocorreu na Rua Alcino Guanabara, por volta das 5 horas. A vítima teve queimaduras em todas as partes do corpo, chegou a ser socorrida no Hospital Evangélico, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com a delegada Maritza Haisi, da Delegacia de Homicídios, testemunhas contaram que o professor foi levado à rua em um carro. Os autores do crime o retiraram a força do veículo, jogaram um líquido no corpo dele e atearam fogo. "Localizamos pessoas que chegaram a ver o crime e agora estamos realizando outras diligências para chegar aos responsáveis pelo homicídio", disse a delegada.
De acordo com o depoimento da mulher que era a companheira de Antonio Carlos, o professor costumava retornar do colégio por volta das 18h30. No dia do crime, ela chegou em casa às 20h30, quando o educador já não estava na residência. A mulher presumiu que ele tivesse saído, pois a moto modelo XR300, o capacete e um relógio dele não estavam na casa. A família suspeita de latrocínio (roubo seguido de morte).
"A gente não entende essa brutalidade enorme que fizeram ele. Se quisessem roubar a moto, tudo bem. Mas não precisavam ter feito isso", disse Maria de Jesus.
A irmã da vítima aponta que monitorou a conta do professor por meio da internet e detectou que foi feito um pagamento com o cartão de débito de Antonio Carlos no valor de R$ 30, em uma lanchonete no Sítio Cercado, e o saque de R$ 150 em uma agência bancária na Avenida Brasília, no Novo Mundo.
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