O Instagram disse que um dos posts foi movido por conter “linguagem que ataca uma pessoa ou grupo de pessoas com base em quem eles são”| Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Ouça este conteúdo

O professor de Teologia, Franklin Ferreira, colunista da Gazeta do Povo, usa a sua conta no Instagram para divulgar o seu trabalho, compartilhar momentos da sua vida pessoal e opinar sobre questões relacionadas à sua área de estudos.

CARREGANDO :)

Esta semana, o professor foi surpreendido por uma notificação da rede social para remoção de uma publicação. O referido post fazia uma sátira com pessoas, geralmente alinhadas às pautas esquerdistas, que criticam as reações de Israel aos ataques de grupos armados.

Na imagem, desenhada em estilo cartoon, um soldado vestindo o uniforme do exército israelense segura um escudo com o símbolo da bandeira de Israel, enquanto soldados armados com faca, lança-foguetes e metralhadora avançam sobre ele.

Publicidade

Os soldados que avançam contra o escudo apresentam características de grupos terroristas que atuam no Oriente Médio. Do lado dos terroristas se sobressai um “balão de fala” indicando um grito de guerra: “Morte ao Ocidente”.

Ao lado dessa cena, uma jovem aparece sentada tranquilamente tomando café ou chá numa xícara, enquanto aponta o celular para o confronto e, com ar de superioridade, dispara: “Esses sionistas…”.

A jovem veste uma camisa estampada com a bandeira da Palestina, onde se lê: “Free Palestine” (Palestina Livre), expressão que se refere ao movimento que se opõe à existência de Israel.

A cabeça da jovem é enfeitada com riscos coloridos em alusão a ideologias de esquerda voltadas às teorias feministas e de gênero, todas condenadas pelos mesmos grupos representados pelos soldados que avançam contra o militar israelense.

Instagram alegou linguagem imprópria para apagar post

A publicação foi excluída da conta do professor nesta quarta-feira (16). Na notificação, o Instagram disse que o post foi movido por conter “linguagem que ataca uma pessoa ou grupo de pessoas com base em quem eles são”.

Publicidade

Além da exclusão do post, o Instagram ameaçou restringir a conta do professor caso outras 5 publicações não fossem editadas ou excluídas. Todas as publicações traziam conteúdos pró-Israel.

“Sua conta pode não ser exibida para não seguidores [...] Considere editar ou remover esse conteúdo”, dizia mensagem do Instagram ao informar que caso o conteúdo não fosse alterado ou excluído, o perfil do professor não apareceria mais em locais como “explorar, pesquisar, usuários sugeridos, reels e recomendações de feed”.

O professor escolheu excluir as 5 publicações para evitar o bloqueio do perfil. As publicações também foram excluídas do Facebook.

Posts tiveram milhares de visualizações antes de serem deletados

Ao conversar com a Gazeta do Povo, o professor Franklin Ferreira disse que as publicações tiveram milhares de visualizações antes de serem deletadas.

“A equipe que cuida das minhas redes sociais foi surpreendida com o block por causa das publicações pró-Israel. Embora tenham representações de armas em três delas, nenhuma incita violência ou ódio. A minha equipe acredita que houve muitas denúncias e o algoritmo foi ativado para bloquear”, disse o professor.

Publicidade

Segundo informações da equipe do professor encaminhadas à Gazeta, três das publicações censuradas pelo Instagram tratavam-se de:

  • Um reels do exército de Israel cantando;
  • Um carrossel relembrando o 7 de outubro e;
  • Um vídeo do exército de Israel enfatizando a resiliência do povo judeu em meio a tudo que sofreram no decorrer da história. 

Os conteúdos foram publicados este mês como forma de relembrar o dia 7 de outubro do ano passado, quando  terroristas do Hamas atacaram homens, mulheres, crianças e idosos israelenses, todos civis desarmados, deixando 1.300 mortos.

O professor Franklin Ferreira escreve periodicamente na Gazeta do Povo. Para acessar a coluna assinada pelo professor clique aqui.

O que diz a Meta

A Gazeta do Povo procurou o setor de comunicação da Meta, empresa dona do Instagram e do Facebook, para comentar sobre o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. 

Publicidade

O jornal permanece aberto para quaisquer manifestações da Meta sobre o caso.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]