Ontem, em pleno recesso escolar por causa do Dia do Professor, Janaína de Paula do Espírito Santo, 28 anos, passou a tarde preparando aula. Ela dá aulas no Colégio Estadual Presidente Kennedy, em Ponta Grossa, a duas conduções de distância do apartamento onde mora. Formada em História, ela recebe R$ 602 pelas 16 aulas semanais que dá para sete turmas lotadas do ensino médio e mais R$ 175 de auxílio-transporte.
Não recebe qualquer adicional pelo mestrado em Ensino de História. A baixa remuneração a levou a procurar outro emprego. Hoje é docente colaboradora da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Janaína tem certeza que só consegue se sustentar porque é solteira e ainda mora com os pais. "Penso no cidadão que tem que pagar água, luz, aluguel e comer", conta. E não sobra dinheiro para comprar livros ou ir ao cinema. "O professor acaba ganhando para dar aula e não para ensinar, como produtor de conhecimento. As políticas públicas investem em livros e estrutura, e não no profissional", aponta.
Vocação
Filha de professora da rede estadual, Janaína sabia as conseqüências quando escolheu a profissão. Mas justifica-se: o salário já foi bem melhor. "Sempre gostei da idéia de ensinar. E na decisão pesa a questão do dinheiro mas também conta a vocação", argumenta. Ela acredita que a maioria dos professores acaba trabalhando 40 horas e até 60 horas por semana, prejudicando a qualidade do ensino e da própria saúde. Com aulas de manhã, tarde e noite, ela corrige trabalhos e provas no final de semana ou nos feriados. Como ontem.
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