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Professores paulistas usaram o “nu pedagógico” para chamar a atenção | Maurício Lima/AFP
Professores paulistas usaram o “nu pedagógico” para chamar a atenção| Foto: Maurício Lima/AFP

Protesto tem ``nu pedagógico´´

São Paulo - Professores de cinco entidades fizeram um protesto inusitado na tarde de ontem na cidade de São Paulo. Os profissionais promoveram um "nu pedagógico" na Praça da República, em frente à Secretaria Estadual de Educação, mas em vez de tirar a roupa, eles vestiram uma espécie de avental de cor bege com silhuetas desenhadas de um corpo nu. "Tiramos a roupa metaforicamente para colocar a nu a educação praticada em São Paulo", disse Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto, presidente da Udemo, sindicato que inclui diretores e coordenadores de educação. As entidades reivindicam, entre outras coisas, reajuste salarial de 27,5% para os professores da rede estadual e revisão do plano de carreira da categoria.

Folhapress

Professores da rede estadual de ensino se reuniram em Curitiba ontem pela manhã para reivindicar melhorias para a categoria e comemorar a data em sua homenagem. Cerca de 400 docentes pediram a equiparação salarial com outros servidores públicos que também têm como exigência para ingresso na carreira o ensino superior. Para isso, é preciso um reajuste de 25,97%. Com todos os benefícios, os professores recebem R$ 1.870 para trabalhar 40 horas semanais enquanto os demais funcionários estaduais recebem R$ 2,5 mil. Neste ano houve apenas a reposição da inflação, que ficou em 6%. O evento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato).

Na pauta dos educadores também está a melhoria do atendimento à saúde, com mais recursos para o setor. A classe reivindica mais qualidade no ensino, com a diminuição do número de estudantes por turma e ampliação das horas-atividade. No fim da manhã, um grupo de representantes teve uma reunião com a secretária de estado da Educação, Yvelise Arco-Verde, para negociar o reajuste. A Seed afirmou que no momento não há como apresentar uma proposta em função da queda nas receitas causada pela crise econômica. Também ficou acertada com a Seed a criação de grupo de trabalho para discutir a melhoria na área da saúde do professor.

O indígena da etnia xucurus cariris José Antônio dos Santos é professor de Filosofia e História em Colombo. "É um momento delicado. Não precisávamos estar aqui reivindicando, são nossos direitos. Todo mundo sabe que a educação é importante. Independentemente da classe social, muitos alunos passam pelas nossas mãos. É um dia de comemoração, mas também de luta", disse.

A presidente da APP, Marlei Fernandes de Carvalho, afirma que nos últimos anos a categoria teve avanços, como a ampliação da formação continuada. Apesar disso, ela aponta que a valorização da docência exige três pontos que ainda precisam ser melhorados. O primeiro é o salário. "Não adianta, sem recurso os bons profissionais não se interessarão pelo magistério", argumenta. Em seguida, vêm os planos de carreira e, por fim, as condições de trabalho, que envolvem a violência dentro das escolas.

Há um ano, um estudo do De­­partamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco­nômicos (Dieese) mostrou que os professores ainda recebem, em valores atualizados, praticamente o mesmo salário de duas décadas atrás. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio­nais (Inep) mostram que o magistério atrai pouco os novos acadêmicos.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação ainda reivindica que os estados cumpram a lei que institui o piso nacional, que completou um ano em julho de 2009. De acordo com a CNTE, poucos governadores implantam o piso. O valor atual é R$ 1.132,40 para uma jornada de até 40 horas semanais. Hoje o Paraná precisa de um aumento de 9% para chegar a esse valor, já que professores sem nível superior no estado ganham R$ 1.033.

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