Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovaram ontem a deflagração de uma greve a partir da próxima sexta-feira. A decisão ocorreu em reunião da Associação dos Professores (Apufpr). Em votação, 174 docentes decidiram pelo início da paralisação, 99 foram contrários, além de outras nove abstenções.
O movimento terá início apenas no dia 19 por causa de uma lei que determina que o governo federal seja informado 72 horas antes do início da paralisação. Durante a reunião, os docentes realizaram discussões sobre a situação da categoria para então decidir pelo início da greve.
No último dia 11, os professores sinalizaram a entrada em greve em função da rejeição às propostas de reajuste salarial do Ministério do Planejamento e melhorias trabalhistas.
O presidente da Apufpr, Luis Allan Künzle, disse que a intenção não é prolongar o movimento. Ele informou que hoje o comando de greve se encontra para marcar uma reunião com a reitoria para apresentar a pauta local de greve.
Movimento nacional
Na noite de ontem, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) teria uma reunião com representantes do Ministério do Planejamento para debater as reivindicações da categoria nacional.
Além da UFPR, os professores das demais seções sindicais nos outros estados decidem até sexta-feira se entram em greve. O presidente da Apufpr disse que, ocorrendo ou não o movimento nacional, a paralisação dos docentes da universidade vai acontecer.
Sem posicionamento
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da UFPR disse não haver um posicionamento da reitoria sobre a paralisação dos docentes, pois o reitor Zaki Akel Sobrinho está em Brasília. A assessoria disse apenas que o reinício das aulas estava marcado para a próxima segunda-feira, mas que as férias podem novamente ser prolongadas. A redefinição ou não do calendário letivo depende do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade (Cepe-UFPR), que ainda não tem data para se reunir.
A Universidade já enfrenta a paralisação dos servidores técnico-administrativos desde junho de 2011.
Horas-aula limitadas para o exercício da profissão e melhorias na progressão da carreira da categoria são algumas das reivindicações dos docentes da UFPR, além da restrição da quantidade de alunos por sala, limite na abertura de novas vagas e maior número de professores.
