Ponta Grossa – Cerca de 80% dos professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) não deram aulas ontem. Foi a segunda vez neste ano que os docentes da UEPG pararam por um dia. A mobilização começou às 7h30, com panfletagem nas entradas da universidade. Um carro de som também foi usado para chamar a atenção da comunidade. "Os corredores dos blocos do prédio central ficaram vazios, apenas duas ou três salas continuaram com as aulas", afirmou o presidente do sindicato dos docentes, Sérgio Gadini.

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A paralisação dos professores teve apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Segundo o presidente da entidade, Joel de Oliveira Correia Júnior, os representantes dos centros acadêmicos aprovaram na terça-feira um indicativo de greve. Eles pedem melhores salários para que os docentes permaneçam na instituição, além de ampliação de vagas no concurso público. "Apoiamos os professores, mas defendemos os interesses dos alunos", ressalta Correia. Segundo o vice-reitor da UEPG, Carlos Luciano Vargas, a mobilização só afetou as aulas, não interrompendo serviços administrativos nos departamentos e algumas atividades acadêmicas.

A proposta de mobilização por tempo determinado foi aprovada na última assembléia dos professores, no dia 1.º de agosto. Na ocasião, eles escolheram não iniciar uma greve por tempo indeterminado, aguardando propostas de reposição salarial. Os professores pedem reajustes de 28% a 54%, enquanto o governo oferece 6,57%. Segundo Gadini, ainda não houve resposta. "Enquanto isso, continuamos a mobilização porque acreditamos que só ela é capaz de sensibilizar o governo", afirma. A última paralisação aconteceu no dia 20 de junho, mas na ocasião as aulas já estavam interrompidas por conta do Encontro de Pesquisas, realizado no mesmo dia.

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Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior informou que não irá se manifestar sobre a paralisação e destacou que a mobilização é um direito dos servidores. Professores das outras quatro universidades estaduais decidiram esperar respostas para as reivindicações apresentadas.