Após mais de dois meses, os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) suspenderam a greve, mas mantiveram estado de greve – permanecendo em mobilização pelas reivindicações não atendidas. A decisão foi tomada em assembleia na manhã desta quinta-feira (25). A última fase da greve começou no dia 22 de abril.

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Os professores pediam reajuste de 8,17%, mas na sessão de segunda-feira (22) a maioria dos deputados estaduais votou contra o requerimento substituto que concederia esse reajuste aos professores e servidores públicos do Paraná. O Conselho Universitário se reúne hoje às 14 horas para definir o novo calendário, mas a previsão é de que as aulas recomecem na segunda-feira (29). O calendário universitário estava suspenso pelo Conselho Administrativo da instituição desde 19 de maio.

Vestibular

O Vestibular de Inverno da UEPG, que aconteceria nos dias 12 e 13 de julho e havia sido suspenso pela instituição por causa de greve nas escolas e universidades, já foi agendado para os dias 6 e 7 de setembro. Os candidatos que não puderem fazer as provas na nova data podem pedir restituição da taxa de inscrição. A Universidade informou que vai garantir a divulgação do resultado do processo.

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Na avaliação do presidente da Seção Sindical dos Docentes da UEPG (Sinduepg), Marcelo Bronosky, embora algumas pautas não tenham sido atendidas pelo governo estadual, a mobilização foi positiva pela união entre professores e servidores estaduais. “É incontestável que o movimento dos docentes e servidores das universidades se uniu diante do ataque do governo aos seus direitos. Todas as sete universidades públicas do Paraná entraram em greve durante esses dois períodos, na luta pelos direitos. Esse saldo é positivo”, diz.

A primeira fase da greve começou no dia 10 de fevereiro e seguiu até 16 de março. Os docentes reivindicavam, entre outras pautas, o pagamento imediato do terço de férias – que posteriormente foi pago, no dia 30 de março - garantia da verba de custeio para as universidades estaduais – depois, a UEPG recebeu a verba relativa ao primeiro trimestre -, participação na formulação do projeto de autonomia universitária, retirada do projeto de reforma da Paranaprevidência, ampliação do quadro de servidores efetivos da UEPG e contratação imediata dos aprovados em concursos públicos. Pelo descumprimento dos acordos por parte do governo do estado, no dia 22 de abril eles retomaram a paralisação.

Os professores devem organizar um ato na próxima segunda-feira (29), quando completam dois meses do ataque policial na manifestação dos docentes no Centro Cívico de Curitiba. No mesmo dia, acontece o lançamento do livro Massacre 29 de abril, com fotografias produzidas no Centro Cívico por estudantes do curso de Jornalismo e pago por meio de financiamento coletivo pela plataforma Catarse.

Liminar

Durante a greve, seis cursos da UEPG conseguiram liminares para retomar as aulas dos formandos. Na quaret-feira (24), recomeçaram as aulas dos últimos anos dos cursos de Engenharia Civil, Educação Física e Farmácia. Antes desses cursos, Medicina, Direito e Odontologia já haviam voltado às aulas com decisão judicial.

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