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Professores da UFPR retomam trabalho

Reitoria segue ocupada e servidores técnicos-administrativos continuam parados. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Reitoria segue ocupada e servidores técnicos-administrativos continuam parados. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Após um mês de paralisação, os professores do câmpus Curitiba da Universidade Federal do Paraná (UFPR) voltam às salas de aula nesta quarta-feira (16). Nas unidades da UFPR em Palotina, Jandaia do Sul, Pontal do Paraná e Matinhos, as atividades começam em 21 de setembro. Apesar do retorno, o cenário para os estudantes é de incerteza, uma vez que os servidores técnico-administrativos permanecem em greve e o prédio da Reitoria segue ocupado por universitários.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Professores da UFPR (Apufpr), Luís Allan Künzle, a paralisação dos funcionários tem impacto no funcionamento dos laboratórios, bibliotecas e transporte intercampi (ônibus exclusivo e gratuito para os estudantes da UFPR que circulam entre diferentes unidades da universidade). Já o reitor da Federal, Zaki Akel Sobrinho, afirma que a ocupação da Reitoria, onde funciona a unidade financeira da instituição, impede o pagamento de bolsas aos alunos e o repasse a fornecedores e prestadores de serviços.

Na última quinta-feira (10), a pró-reitoria de Administração da UFPR comunicou o fechamento temporário dos restaurantes universitários. Conforme a universidade, a medida foi consequência da paralisação dos funcionários do serviço de limpeza, que não receberam seus salários devido à invasão do prédio da Reitoria, em 31 de agosto, por cerca de 200 alunos. “Estamos negociando com as empresas para evitar uma crise social, mas nem todas têm capital de giro para fazer o pagamento dos funcionários por conta própria”, afirma Zaki Akel. Responsável pelos serviços de limpeza da UFPR, a WWServ Serviços e Obras Ltda. informou que os funcionários voltaram ao trabalho na segunda (14). Conforme o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Paraná (Siemaco), a empresa está há cerca de três meses sem repasses da universidade.

Para Luís Allan Künzle, a comunidade universitária passa por uma situação inusitada, pois os professores voltarão a trabalhar enquanto o corpo discente estará em greve. Ainda segundo ele, bibliotecas e laboratórios devem continuar fechados, porque os servidores estão parados desde 29 de maio. A reitoria da universidade, por sua vez, minimiza os impactos da paralisação e considera que a greve dos funcionários não vai interferir nas atividades acadêmicas. “Toda greve é setorizada, localizada, ocorre de forma mais forte em alguns setores. Tanto que poucas bibliotecas estavam fechadas. Num prazo de uma semana devemos retomar a normalidade”, projeta o reitor.

Calendário

Uma pauta foi encaminhada pelos professores ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFPR com sugestões para a reposição das aulas. Um dos pedidos é que as férias de janeiro sejam mantidas e a retomada das aulas ocorra em fevereiro – solicitação rechaçada pela reitoria. “Embora o calendário seja prerrogativa do conselho, vamos sugerir manter as férias em janeiro. Com certeza teremos de avançar por dezembro e janeiro”, afirma Akel. O retorno dos professores ao trabalho foi aprovado em assembleia na última sexta-feira (11), com 374 votos favoráveis, 171 contrários e 15 abstenções.

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