Depois de passar quase 24 horas ocupando um auditório da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), os professores da rede estadual decidiram deixar o local. Eles aprovaram a saída em assembleia por volta das 16h30 desta quinta-feira (16), quando um grupo de cerca de 200 pessoas ainda estava no plenário do auditório Juscelino Kubitschek.
Durante a ocupação, o movimento gerou crítica de alguns parlamentares da base, vaiados pelos professores. “Essa atitude mostra uma falta de coerência, mostra uma falta de educação. O que houve nessa casa ontem e hoje foi uma total falta de organização, uma total falta de educação”, disse o deputado estadual Coronel Telhada (PSDB).
Os docentes, em greve desde o dia 16 de março, ouviram do presidente da Casa, deputado estadual Fernando Capez (PSDB), que haverá uma intermediação da Alesp com o governo estadual para que haja diálogo com a categoria. Uma reunião do Sindicato dos Professores da Rede Estadual de São Paulo (Apeoesp) com a Secretaria Estadual de Educação está marcada para a próxima quinta-feira, 23. Já na sexta , 18, um novo ato e assembleia para decidir a manutenção da greve serão realizados no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), às 14h.
Os professores pleiteiam reajuste de 75,33% para equiparação a outras categorias de servidores com ensino superior. Também está em pauta a melhoria das condições de trabalho - eles reclamam de superlotação das salas e falta de material escolar, por exemplo.
A Secretaria de Educação, no entanto, afirma que a greve é “extemporânea” e que nos últimos 4 anos houve aumento salarial de 45%, acima da inflação no período. A pasta ainda negou que não receba os docentes e lembra que, neste ano, será a sexta vez que se reúne com a categoria.
Até agora não foi apresentada oferta de reajuste, mas o governo sinalizou que defenderá o acesso ao plano de saúde dos professores temporários (a chamada “Categoria O”) no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) e a diminuição do prazo da “duzentena” de 200 para 40 dias, prazo em que estes servidores precisam aguardar ao fim de um período trabalhado para serem contratados novamente, para não configurar vínculo empregatício.