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Dois professores acusados de liderar as manifestações no Colégio Estadual do Paraná (CEP) receberam uma suspensão preventiva de 30 dias, na segunda-feira (12). A punição ocorreu dois dias antes da reunião com o secretário estadual da Educação (Seed), Maurício Requião, marcada para tentar resolver o impasse na escola, onde alunos e professores exigem a saída da diretora Maria Madselva Ferreira Feiges.

Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, os professores Maria Luiza Lacerda e Denilson Schena irão responder a um processo administrativo disciplinar por três motivos. Um deles é por incentivar o tumulto no ambiente escolar entre terça (6) e sexta-feira (9) da semana passada, quando os estudantes iniciaram uma série de protestos no colégio. As outras acusações são "falta de urbanidade (civilidade) ao constranger professores do ensino profissionalizante e revelar medidas internas administrativas aos alunos com o objetivo de incentivá-los a participar do movimento".

O encontro na Seed, marcado para às 9 horas de quarta-feira (14), serviria para apresentar oficialmente as reclamações dos alunos e dos professores a respeito da gestão de Maria Madselva, que estará presente, e discutir possíveis soluções. No entanto, a suspensão dos professores pode mudar o caráter da discussão, já que Maria Luiza seria a representante do corpo docente na reunião. "Eles acham que vão conseguir conter as manifestações com essa suspensão, porque nós somos considerados os líderes do movimento", comenta a professora.

Na segunda-feira, antes da notícia de suspensão, o clima estava tranqüilo no CEP. Os alunos voltaram às aulas normalmente e fizeram apenas um "protesto silencioso", usando nariz de palhaço, faixa pretas no braço e camiseta do uniforme do colégio com os dizeres "sou contra a ditadura, e você?". "A idéia inicial era fazer um acampamento no colégio, mas não foi feito porque todo mundo está com medo de prejudicar o acordo com o secretário da Educação", conta uma estudante.

Protestos

As manifestações começaram na terça-feira passada, quando Maria Madselva entregava o prêmio de uma rifa a um aluno no pátio da escola. Na ocasião, a diretora teria sido vaiada e os estudantes aproveitaram a oportunidade para expor suas críticas à gestão dela. No dia seguinte, a manifestação continuou e dois estudantes foram apreendidos, sendo encaminhados à Delegacia do Adolescente. As principais reivindicações do grupo são que Maria Madselva seja afastada do cargo e que haja uma eleição direta, com participação de alunos, pais, funcionários e professores para escolher um diretor para a escola.

Eles alegam que desde o início da gestão, Maria Madselva teria adotado uma posição ditatorial, além de ter passado de ano alunos que já estavam reprovados. "Esses alunos foram aprovados em conselho especial porque a escola não tinha como comprovar as recuperações que eles fizeram", defendeu-se a diretora. Ela ainda argumenta que o número de alunos aprovados por conselho de classe no ano passado é muito maior e que esse é um dado preocupante. Para amanhã, os alunos prometem novas manifestações e paralisação das aulas. "Os protestos vão continuar até a diretora sair do cargo", afirma outra estudante.

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