Andrea Espínola, coordenadora: “O objetivo é formar multiplicadores”| Foto: Daniel Castelano/Gazeta do Povo

Pesquisadores e estudantes de instituições paranaenses estão se preparando para participar da primeira edição do Projeto Rondon de 2009, que vai promover atividades educativas em comunidades nos estados do Pará, Goiás, Amazonas e Roraima. Dois professores e seis alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) embarcam no dia 23 de janeiro e permanecem na cidade de Juruti, no Pará, durante 15 dias. Eles vão coordenar oficinas e atividades nas áreas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

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Os estudantes selecionados são dos cursos de Gestão e Empreendedorismo, Gestão Ambiental, Turismo, Arquitetura e Medicina. Segundo a professora, arquiteta e coordenadora do projeto, Andrea Espínola, cerca de 80 estudantes se inscreveram para as seis vagas. O processo seletivo foi feito por ela, outro professor da área de odontologia que participa do projeto, Daniel Canavesi, e um funcionário da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). Os interessados passaram por diversas fases de entrevistas e dinâmicas. "É uma oportunidade que o estudante tem de exercer sua profissão antecipadamente, além de ter uma experiência na área da docência, pois lá eles ministram oficinas", explica.

Durante os dias em que ficará no local, a equipe vai trabalhar nas áreas de educação ambiental com professores de escolas públicas, ministrar cursos sobre urbanismo com o Conselho de Desenvolvimento Urbano de Juruti, palestras sobre turismo e hospitalidade para os comerciantes e empresários e ofertar oficinas sobre artesanato com escama de peixe para os artesãos locais.

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O estudante do quarto ano de Arquitetura e Urbanismo da UFPR Renato Dombrowski está ansioso para chegar ao Pará e aplicar o que aprendeu na graduação e no treinamento que recebeu para a viagem. Ele vai atuar na oficina de Planejamento e Plano Diretor com o Conselho de Desenvolvimento Urbano. "Resolvi me inscrever no projeto porque tem muita relação com o que eu quero seguir na minha carreira, que é algo voltado para a área social, como o que faz o grupo Arquitetos sem Fronteiras", diz

Cada estudante só pode participar uma vez do projeto. De acordo com Andrea, é uma forma de fazer com que mais alunos tenham oportunidade de vivenciar uma realidade bem diferente daquela da sua cidade e universidade. "Não é um projeto assistencialista, muito pelo contrário. O objetivo é formar multiplicadores na comunidade local. Os estudantes passam por uma experiência enriquecedora, conhecem outra cultura, outro clima e vivenciam essas diferenças".

Em janeiro de 2008 a UFPR também participou do Projeto Rondon e a equipe foi para o Piauí. O estudante de Gestão Ambiental Vinícius Sandri Diaz fez parte de um grupo de oficinas nas escolas da cidade de Campo Largo do Piauí. "As pessoas nos recebem com grande festa. Viramos a atração do município. Eles criam muita expectativa em relação ao nosso trabalho. Participei de uma outra realidade e me senti integrado com o resto do país", conta.

Seleção

Por volta dos meses de maio e setembro, o Ministério da Defesa, responsável pelo projeto, em parceria com as prefeituras interessadas, lança o edital de seleção para que as instituições de ensino se inscrevam. Para esta edição, mais de 300 instituições que encaminharam seus projetos para pouco mais de 100 vagas. O ministério fornece o transporte e, as cidades visitadas se encarregam de providenciar hospedagem, alimentação e infraestrutura para as oficinas.

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O Projeto Rondon começou em 1967 e funcionou até 1989. Foi relançado em 2005 e desde então acontece em duas edições por ano. Entre as outras instituições do Paraná que foram selecionadas neste ano estão a Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Faculdade Evangélica do Paraná, Universidade Tuiuti, Universidade Estadual de Ponta Grossa e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).