Professores e servidores públicos municipais de Curitiba realizam uma passeata, na manhã desta terça-feira (31), em protesto por reajuste salarial e mais agilidade nas negociações da prefeitura com a categoria. De acordo com os organizadores da manifestação, mais de três mil pessoas participam do ato, que bloqueia diversas ruas entre o Centro e o Centro Cívico.
O grupo se reuniu a partir das 8 horas, na Praça Santos Andrade, no Centro, com faixas e cartazes, além de oito carros de som. De lá, os manifestantes caminham, desde as 10 horas, em direção ao prédio da prefeitura, que fica na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico. Agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran), da Urbanização de Curitiba (Urbs), acompanham a manifestação.
Por volta das 10h20, o grupo estava na Avenida Marechal Deodoro e, segundo a Diretran, bloqueava totalmente a via. O itinerário da manifestação prevê ainda o fechamento da Rua Barão do Serro Azul e de parte da Avenida Cândido de Abreu.
A presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), Simeri de Fátima Ribas Calisto, conta que dentre os principais pontos de reivindicação da categoria está um reajuste salarial para recuperação de perdas acumuladas em 10 anos, que chegaria a 14,61%. "Queremos uma política salarial que zere essas perdas. Não é necessário que o reajuste que pedimos seja feito de uma vez este ano, mas precisamos que haja compromisso da prefeitura em negociar", diz. A prefeitura, em sua última proposta, oferece 6,50% de reajuste aos servidores e professores.
Irene Rodrigues dos Santos, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), diz que a passeata e a paralisação dos servidores públicos nesta terça-feira foi a última alternativa que os trabalhadores encontraram para chamar a atenção da administração municipal. "Tentamos negociar com a prefeitura, mas infelizmente não houve outro meio senão a paralisação", afirma.
Serviços prejudicados
Segundo o Sismmac, entre 70 e 80 escolas da rede municipal de ensino, das 174 existentes em Curitiba, amanheceram fechadas nesta terça-feira por conta da paralisação dos servidores do magistério. "Todos os pais dos alunos foram avisados por meio de bilhetes que não haveria atividades neste dia", afirma Simeri. Irene, do Sismuc, diz que há prejuízos ainda para serviços de saúde, educação, assistência social e abastecimento, embora o sindicato não tenha realizado um levantamento oficial para verificar que prejuízos foram gerados à população. "Apenas os serviços de emergência médica estão mantidos", diz.
Já a prefeitura de Curitiba afirma que, das 174 escolas municipais, apenas 40 estavam fechadas durante a manhã. Além disso, todos os 164 Centros Municipais de Ensino Infantil (CMEIs) da cidade estariam trabalhando normalmente. A expectativa da prefeitura é que até a tarde as escolas que amanheceram fechadas sejam abertas e voltem a funcionar normalmente.
A prefeitura informa ainda que as 117 unidades municipais de saúde estão abertas. Em 14 delas o atendimento é parcial, em virtude de paralisação de alguns servidores. Nas outras 103, o atendimento é normal.
Negociação
Após a passeata, uma comissão de servidores municipais participará, às 14 horas, de uma reunião com representantes da prefeitura de Curitiba. Segundo a prefeitura, existe uma agenda de negociação em curso com os servidores, mas a questão salarial não pode desrespeitar o orçamento municipal. A assessoria da prefeitura afirmou que desde 2005 os servidores recebem reajustes anuais, pagos em parcelas únicas e sempre acima da inflação.