A greve dos professores e servidores da rede estadual de educação do Paraná vai continuar. A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (5), em assembleia realizada na Vila Capanema. A reunião foi a última atividade de um dia repleto para o funcionalismo público do estado. Pela manhã, professores, estudantes e representantes de diversos sindicatos trabalhistas do estado participaram de uma nova passeata, em Curitiba. Os servidores também participaram de uma reunião com membros do governo do estado para discutir a questão da data base das categorias.
O ato unificado dos trabalhadores, como foi denominado o evento, começou por volta das 9 horas, com concentração na Praça 19 de Dezembro. De lá, iniciou-se uma passeata rumo ao Centro Cívico, em frente ao Palácio do Governo.
Segundo estimativas da Guarda Municipal de Curitiba, 25 mil pessoas participaram do protesto, que ocorreu pacificamente. Já o Fórum das Entidades Sindicais, responsável pela organização do ato, estipulou entre 20 e 22 mil participantes. Nos cálculos da Polícia Militar (PM), que envolve análises como cumprimento e largura das ruas e monitoramentos aéreos, o ápice do movimento concentrou dez mil pessoas.
Com roupas ou adereços pretos, os manifestantes deixaram a Praça 19 de Dezembro por volta das 10h40. A caminhada em direção ao Centro Cívico seguiu de maneira pacífica, sem nenhum registro de violência tanto por parte dos manifestantes como por parte da PM, que estava com uma equipe reduzida no local em comparação com os protestos anteriores.
Professores votam pela continuidade da greve
Hermes Leão Silva, presidente da APP-Sindicato, informa que o tempo da paralisação e a próxima assembleia geral, bem como outras ações da categoria, serão definidos nos próximos dias.
+ VÍDEOSNa linha de frente, professores carregavam as tradicionais fotos dos “amigos” e “inimigos” da educação. Para eles, inimigos são os 31 deputados estaduais que, na semana passada, votaram a favor do projeto de lei que alterou a ParanáPrevidência, o fundo de previdência dos servidores estaduais. No dia da aprovação final da proposta, um conflito liderado por policiais militares deixou mais de 200 pessoas feridas.
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Servidores de outras categorias também se reúnem para protestar e discutir a data base com o governo.
+ VÍDEOSDurante a passeata, gritos de guerra ecoavam a todo instante. “Fora Beto Richa”, “É gás, é gás, é gás lacrimogêneo o perfume dos tucanos”, gritavam os manifestantes, que também cantavam diversas paródias envolvendo o nome do governador do estado e do secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini. Nesta segunda-feira, o secretário negou ter sido responsável pela batalha no Centro Cívico na semana passada.
Além de professores e demais trabalhadores do Paraná, estiveram no ato desta terça-feira representantes da classe trabalhistas de outros estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
A presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, veio para Curitiba com uma delegação de nove pessoas, representantes de diversos movimentos sociais do estado, para se unir ao ato. “É uma forma de prestar solidariedade aos professores do estado”, disse a presidente.
Ato simbólico
Quanto todos os integrantes do movimento já estavam em frente ao Palácio do Governo, flores brancas começaram a ser distribuídas. As plantas foram colocadas nas grandes da frente da Assembleia Legislativa (Alep), de onde, no histórico dia 29 de abril, foram jogadas diversas bombas de gás contra os manifestantes.
Manifestantes cantam o hino nacional e deixam flores em frente a Alep
Manifestação, que começou por volta das 9 horas, reuniu trabalhadores paranaenses e de outros cinco estados. Evento terminou sem registro de violência.
+ VÍDEOSAssembleia
Por volta das 13 horas, iniciou-se a dispersão dos participantes do protesto. Muitos deles, professores de Curitiba e de diversas cidades do estado, começaram a se dirigir para o estádio da Vila Capanema, onde acontece, a partir das 14 horas, a assembleia que vai definir os rumos da greve dos docentes da rede pública estadual. A paralisação completa 11 dias nesta terça-feira.