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Servidores do setor administrativo dos núcleos de educação da Secretaria de Estado da Educação (Seed) passaram a substituir, desde o início do mês, os professores que solicitam licenças médicas ou licença-maternidade e atuam nas 2,1 mil escolas da rede estadual. Normalmente a substituição era feita com a contratação de professores temporários, por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS), que está suspenso. De acordo com a Seed, em média cerca de cem professores por mês solicitam esses tipos de licença.

A prioridade, segundo a determinação da Seed, é que as vagas sejam preenchidas por professores que estavam afastados para participar do Programa de Desenvolvimento da Escola (PDE). "[...] caso seja necessário, o documentador ou pedagogo efetivo deve assumir as aulas", diz o texto. De acordo com funcionários da Seed, que preferiram não se identificar, muitos desses professores estão afastados há mais de dez anos de sala de aula. "Isso compromete a qualidade de ensino", afirmou um deles. Ainda segundo os funcionários, em vários colégios estaduais de Curitiba os estudantes estão sem aulas por falta de professores.

No Colégio Estadual Brasílio de Castro, na Cidade Industrial de Curitiba, dois professores estão de licença médica, segundo um servidor que pediu para não ter o nome revelado. As substituições ainda não foram viabilizadas pelo núcleo e o maior problema é em relação à disciplina de Psicologia do Trabalho, no curso técnico em segurança do trabalho, que iniciou neste ano. "É uma disciplina muito específica e não temos o que dizer aos alunos", disse o funcionário.

A presidente do sindicato que representa os professores e trabalhadores em educação da rede estadual de ensino, o APP-Sindicato, Marlei Fernandes, reclama que as escolas não podem ficar sem contratar os temporários, pois a necessidade é constante. "Temos problemas constantes com substituições. É o professor que tem a tarefa de assumir as aulas", afirmou. "Sem contar que vão faltar servidores nos setores onde eles estão atuando. Corre o risco de paralisar a estrutura." O sindicato não tem registro de reclamações de docentes que estão há muitos anos fora da sala de aula e foram obrigados a retornar para lecionar.

Sugestão

De acordo com a secretária de estado da Educação, Yvelise Arco-Verde, a suspensão da contratação de professores temporários e substitutos ocorreu por causa da necessidade de fechar o ano letivo e entregar a gestão da secretaria ao próximo governo. "Chega um momento que precisamos encerrar as contratações", disse a secretária. Segundo Yvelise, o que houve na verdade foram sugestões aos núcleos de educação. "Ninguém é obrigado a retornar. Como só falta um mês para o fim das aulas, até mesmo os professores que atuavam em salas de apoio podem fazer substituições. Mas não há uma regra geral, cada núcleo pode se adaptar de acordo com a necessidade de cada escola", afirmou.

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